Familiares e amigos do marceneiro Ramon, morto em abordagem da PM, não aceitam versão apresentada pela polícia
Familiares e amigos do marceneiro Ramon Henrique de Jesus Santos, de 32 anos, morto na última quinta-feira, 2, em Itinga, Lauro de Freitas, durante abordagem policial, realizaram uma caminhada pelas principais ruas do bairro, na tarde desta quinta, 9, para clamar por justiça.
Às 16h, cerca de 100 pessoas vestidas com camisas com a foto de Ramon saíram da avenida Fortaleza e seguiram pela Estrada do Coco até a ladeira da Itinga.
Durante o ato, manifestantes exaltaram a índole do marceneiro e exigiram que o comando da Polícia Militar se retrate a respeito da declaração emitida em nota pela instituição, na qual foi afirmado que o rapaz morreu ao confrontar dois PMs da 81ª CIPM (Itinga).
“Quero que lavem a imagem do meu marido. Ele era trabalhador, não era marginal. Ramon foi executado!”, declarou, chorando, Lilian Santos Luz, 28, esposa de Ramon e mãe de dois filhos.
O marceneiro morreu no Hospital Menandro de Faria, em Lauro de Freitas, após ser baleado sete vezes no tórax e na cabeça, no largo do Sossego, Jardim Pérola Negra.
Desavença antiga
O escrivão da Polícia Civil Edmilson Luz, sogro de Ramon, disse não acreditar que o rapaz tenha sido confundido com ladrões em fuga. Quando foi morto, Ramon estava com o amigo e representante comercial Diogo, atrás de dois suspeitos de tentar roubar o restaurante da mãe dele.
Diogo foi baleado de raspão na cabeça e, depois, conduzido à 27ª Delegacia de Itinga, sendo ouvido e liberado. Segundo Luz, os PMs Novaes e Dalton são responsáveis pela ação: “Eles sabiam que Ramon não era bandido. Eles o conheciam e, há dois anos, tiveram uma desavença com ele”.
Nesta quinta, Lilian Luz esteve na Corregedoria da PM, na Pituba, para registrar ocorrência. Ela também foi ao Ministério Público.
Fonte: A Tarde