Jair Bolsonaro está sendo destruído pela mesma mídia sem a qual ele não existiria. Nem Sheherazade o quer mais.
Há dias a Folha de S.Paulo, depois que a Globo iniciou o serviço, se dedica a esmiuçar os hábitos corruptos do candidato da extrema direita.
A devassa demorou a ser feita, dado que Bolso está na Câmara dos Deputados há 27 anos, mas antes tarde do que mais tarde.
Além dos filhos na carreira do pai — um deles, Flávio, fenômeno do mercado imobiliário no RJ —, ele empregou ex e atual mulher, tem funcionária fantasma, usa auxílio moradia (“pra comer gente”, admite) etc.
Não vai perder um único voto, já que seus seguidores analfabetos funcionais o amam por motivos outros. Basicamente, seu jeitinho fascista de ser. Mas não vai ganhar novos.
Finalmente descobrimos que JB é um político como qualquer outro.
Quer dizer, na verdade, alguns são mais iguais que outros.
Esse esforço de reportagem, que só se vê quando o assunto é Lula, jamais foi ou será feito para investigar Alckmin, Serra, Doria ou algum outro tucano amigo.
A demonização da esquerda, a papagaiada “anticomunista” nos protestos pelo impeachment, a radicalização débil mental da classe média, o antipetismo mais rasteiro, a obsessão com a Venezuela e o bolivarianismo — tudo isso foi estimulado em TVs, jornais e revistas