Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT) Antonio Palocci recebeu R$ 128 milhões de Marcelo Odebrecht, na época em que presidia a empreiteira que leva o sobrenome de sua família. Os pagamentos teriam começado em 2008, atrelados às eleições municipais daquele ano e possivelmente à campanha em que o marqueteiro João Santana atuou em El Salvador. Nos anos subsequentes – 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013 – também são registrados pagamentos ao ex-ministro. A partir de 2009, quando houve edição da Medida Provisória 460, Marcelo Odebrecht negociava com Palocci a conversão da MP em lei – a matéria estendia crédito para empresas até 2012, gerando renúncia fiscal na ordem de R$ 288 bilhões. Como o o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a extinção do benefício, Palocci ligou para Odebrecht sugerindo “alternativas” para que a empreiteira pudesse ser compensada, de acordo com a Polícia Federal. Quanto à relação de Palocci e Odebrecht na Petrobras, investigadores da Lava Jato afirmam que ambos os suspeitos tratavam de um benefício da empreiteira na estatal antes mesmo de ser lançada a licitação de operações dos navios-sonda na camada Pré-sal. Odebrecht enviou uma nota para Palocci, por meio de Branislav Kontic, em que revelava a possibilidade de obter contratos de seu interesse. Palocci também intermediou a ampliação de crédito da Odebrecht no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para R$ 3 bi em obras na Angola. De acordo com os investigadores, Palocci atuou em benefício da Odebrecht ainda no programa de desenvolvimento de submarino nuclear (Prosub) e na Arena Corinthians, mas é preciso investigar mais a fundo, quando o ex-ministro não mais ocupava qualquer cargo no Executivo. Por outro lado, foram pagos R$ 33,3 milhões a João Santana e Mônica Moura e US$ 10 milhões pela off-shore Shellbil. Por meio de Juscelino Dourado foram pagos mais R$ 44 milhões.