Pacientes acompanhados pelo Programa de Atenção à Pessoa com Anemia Falciforme da Policlínica Professor Carlos Bastos, na Vila Praiana, aprenderam mais sobre a patologia na tarde desta quinta-feira (31), durante um bate papo que contou com a presença de especialistas, e comemorou o dia nacional pelos direitos da pessoa com a doença, celebrado no último dia 27 de outubro.
A programação foi aberta com uma palestra ministrada pela assistente social da unidade, Mayana Santos, sobre os sintomas e diagnóstico da doença. “Nós conversamos sobre os sinais da doença como forma de esclarecimento para pacientes que estavam aqui para receber outros atendimentos e reforçamos a importância do dia”, afirmou.
A dentista do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Isabella Almeida, especialista no atendimento de pessoas com doenças crônicas, reforçou o cuidado com a dentição e a importância das visitas periódicas ao dentista. Ela tirou dúvidas quanto à escovação e esclareceu sobre doenças da gengiva. “Eu estou sempre me cuidando, adorei saber que temos uma profissional que trata exclusivamente de casos como os nossos”, disse a paciente de anemia falciforme, Renata Almeida, de 40 anos, enquanto assistia a palestra.
Renata conta que os pais descobriram a doença quando tinha apenas três anos, e que sempre buscou auxílio médico para tratar as dores constantes em decorrência da patologia. “O atendimento na Policlínica é maravilhoso. Aqui sou acompanhada com bons profissionais, atenciosos, o que tem melhorado minha qualidade de vida”, ressaltou.
Dona Vera Lúcia, de 46 anos, tem a mesma opinião. “Eu sou grata por ter um lugar que nos atende e nos acolhe tão bem”, falou. A dona de casa descobriu a doença durante a gestação do filho caçula, aos 36 anos. “Passei anos da minha vida achando que tinha reumatismo, era o que os médicos falavam. Somente depois de minha sexta gestação foi diagnosticado o que tenho de verdade”, disse.
De acordo com a coordenadora da unidade, Lorena Paim, atualmente a Policlínica oferece atendimento a 59 pacientes, desses 19 são da pediatria e 40 adulto. “A Policlínica Professor Carlos Bastos é a unidade referência para atender a pessoas com anemia falciforme. No equipamento, os pacientes são atendidos por médicos especialistas, recebem acompanhamento psicológico e com assistente social, atualização do calendário vacinal, assistência farmacêutica com a dispensa de medicamentos, realização de exames laboratoriais e acesso a outras especialidades médicas”, explicou.
Doença Falciforme
A principal característica da doença falciforme é a alteração das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue). Essas células alteradas tomam a forma de foice (daí o nome falciforme) e não circulam facilmente pelos vasos sanguíneos. “Esse bloqueio na circulação impede a chegada do oxigênio aos tecidos, o que desencadeia uma série de sintomas. As pessoas com doença falciforme podem apresentar anemia crônica e episódios frequentes de dor severa, decorrentes da má circulação”, destacou a médica hematologista Regina Bahia.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através do Teste do Pezinho, realizado em todas as Unidades de Saúde da Família do município, que deve ser realizado na primeira semana de vida. O exame diagnostica a Doença Falciforme e identifica os pacientes com Traço Falciforme. Em crianças a partir de 4 meses de idade e nos adultos que não realizaram o teste do Pezinho, o diagnóstico é feito por outro exame de sangue, a eletroforese de hemoglobina.
Tratamento
O tratamento do paciente com Doença Falciforme é baseado principalmente na prevenção das situações que levam à modificação da forma das hemácias. Manutenção do calendário vacinal em dia, rápido tratamento de infecções, evitar desidratação ou exposição inadequada a temperaturas extremas, evitar atividades físicas muito intensas, etc.
“Na Policlínica, o paciente é instruído no sentido do auto-cuidado, para que conheça a doença e possa evitar as situações de risco e reconhecer os sinais iniciais das complicações mais comuns, procurando o serviço de saúde o mais rapidamente possível”, frisou Lorena.
Jornalista Giovanna Reyner
Foto Danilo Magalhães
ASCOM/PMLF
31/10/2019
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