A Universidade de Oxford anunciou, nesta segunda-feira (23), que a vacina que desenvolve em parceria com o laboratório AstraZeneca possui eficácia média de 70,4% contra a covid-19.
Para isso, são necessárias duas doses do imunizante.
Um dos regimes de dosagem mostrou eficácia de 90% quando administrada com meia dose e uma inteira, enquanto o outro mostrou eficácia de 62%, com administração de duas doses inteiras.
Há testes em andamento no Brasil, na África do Sul e no Reino Unido desde abril deste ano em 24 mil voluntários. A fase 3 do estudo indicou que 131 pessoas receberam diagnóstico de covid-19 após a aplicação do imunizante.
Os resultados mostram uma eficácia menor que as vacinas da Pfizer e da Moderna, que chega perto de 95%. Porém, o imunizante de Oxford é mais barato e tem como principal vantagem o armazenamento e transporte. A vacina pode ser transportada sob temperaturas entre -2°C e -8°C, facilmente atingidas em um refrigerador comum.
Segundo a universidade, não houve casos graves ou hospitalizações envolvendo os voluntários do teste. O diretor do grupo da vacina de Oxford, Andrew Pollard, afirmou que os avanços com o imunizante vão permitir poupar vidas.
“Estas descobertas de que nós temos uma vacina eficaz vão salvar muitas vidas. Nós descobrimos que um dos nossos regimes de dosagem chega perto de 90% de eficácia e, se este for utilizado, mais pessoas vão poder ser vacinadas com planejamento. O anúncio de hoje só é possível graças aos voluntários da pesquisa e o trabalho duro e o talento do time de pesquisadores em todo o mundo”, afirmou.
A universidade afirma que a vacina é produzida com uma versão enfraquecida do adenovirus, que foi geneticamente modificado para que fosse impossível que crescesse em humanos.
A vacina avançou em cerca de 10 meses, enquanto um processo comum de desenvolvimento de um imunizante como esse leva cerca de uma década.