Embora se dê como líquido e certo que o cabeça da chapa governista é o senador Otto Alencar, está tudo indicando que faltou combinar com a torcida, no caso, ele. É categórico ao descartar:
– Simplesmente isso não está em meu projeto de vida.
Vou completar 75 anos agora em agosto, tenho dito e repito: eu quero é o Senado.
Ele diz que não conversou com nenhum partido da base aliada do governo, nem PP, nem PSB, nem PCdoB, nem PT e nem nenhum outro:
– Sabe por que eu não conversei? Porque não sou candidato ao governo. Não me preparei para isso.
O preço – Otto fechou o papo aí, mas a amigos tem dito que se preparar para isso significa também forrar o caixa para aguentar o tranco de tornar-se o desaguadouro natural das cobranças de sete partidos da base aliada.
Ele já foi ‘sondado’, mas desde sempre está com o mesmo discurso. Para além do intenso desgaste que o cargo de governador impõe, com agenda pesada todo dia o dia todo, ainda tem o lado da grana. Correr atrás seria uma agonia. Ou arriscar-se numa velhice endividada.
Avaliação política nem fez, inclusa aí as reações de petistas. De ter sido carlista, assume. Diz que só fez pacto de aliança com o PT depois que ACM morreu.
Em suma, da trajetória, nada a corrigir. Do futuro, o Senado é um bom lugar, ou a porta do céu, como dizem. E o governo é fonte de agonia.
E vai rolar a federação PSB-PT? Lídice vê cenário ainda confuso
Federação de partido, um dispositivo novo da lei, é algo nunca visto na história do Brasil. Os partidos que a integram são obrigados a fechar aliança no Brasil de ponta a ponta. E é exatamente nisso que pega a formação da federação entre PT, PSB, PV e PCdoB.
O bicho pega entre os dois primeiros. Segundo a deputada Lídice da Mata, presidente do PSB na Bahia, além de ajustes estaduais complicados como em São Paulo e Pernambuco, há também a questão da governança.
– Fechada federação com a configuração de mandatos atual, o PT ficaria com 55%, muito hegemônico. Um dos desafios é encontrar mecanismos de equilíbrio.
Outra questão: a federação vale para 2024?
– Nós sabemos que no Brasil cada eleição tem uma nova legislação, mas temos que trabalhar com base na legislação atual. É mais um complicador.