Automedicação foi tema da matéria da NA-ALBA Notícias na TV ALBA da Assembleia Legislativa da Bahia que entrevistou Dr. Clóvis Reis, farmacêutico atuante em Lauro de Freitas e sanitarista, mestre em saúde publica. Confira os trechos da matéria abaixo e vídeo da TV ALBA.
“Automedicação é a utilização de medicamentos sem indicação e orientação de profissional de saúde habilitado. Isso inclui a utilização de medicamentos por indicação de terceiros, mas também o uso indiscriminado de medicamentos anteriormente prescritos pelos especialistas em outros episódios e situações de saúde. Cerca de 90% das pessoas se automedicam. Quanto maior a escolaridade, maior o hábito de se automedicar. O acesso de informação contribui para o problema. Cerca de 40% das pessoas que se automedicam se informam pela internet. Os medicamentos são a principal causa de intoxicação humana no Brasil há anos conforme relatórios anuais do SINITOX. A cada ano cerca de 30 mil pessoas são acometidas por intoxicações devido a uso de medicamentos e, desde 1994, aproximadamente 8 mil pessoas foram a óbitos por esse tipo de intercorrência. Os problemas provocados pela automedicação variam desde a reações adversas a medicamentos ao mascaramento da doença. Esse último problema é mais grave, pois nesses casos, o medicamento usado por conta própria, alivia alguns sintomas da doença, mas esconde o problema principal que continua a piorar levando a piora da doença ou em alguns casos a morte do paciente.
Entre os fatores associados a automedicação, estão a dificuldade no acesso imediato a profissionais de saúde e a facilidade na disponibilidade de medicamentos. A maioria pessoas que se automedicam a ideia de que o medicamentos mais simples não ocasionam grande risco. Contudo, no topo da lista dos medicamentos de venda livre que mais ocasionam eventos adversos estão medicamentos analgésicos, antitérmicos, antiinflamatórios, para resfriado, para azia e problemas gástricos e intestinais, e relaxantes musculares. Medicamentos tão simples como paracetamol, dipirona, e antigripais o limite entre o uso racional o dosagem tóxica pode ser de poucas doses, um a dois comprimidos a mais ou o uso combinado. Crianças e idosos estão entre os mais vulneráveis a intoxicação por automedicação. Por sua vez, os medicamentos tarjados de venda controlada a automedicação também ocasiona sérios problemas. Nesse grupo, entre os medicamentos mais associados a eventos adversos estão medicamentos antibióticos e para problemas mentais e neurológicos. O problema com os antibióticos se tornaram um problema muito grave, porque a automedicação e uso indiscriminado tem tornado cada vez mais difícil tratar infecções desses pacientes quando são hospitalizados, levando a morte.
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Por isso, as pessoas devem sempre buscar assistência de um profissional especializado antes de usar medicamentos. Farmacêuticos, Médicos e outros profissionais de saúde estão entre esses profissionais. Farmacêuticos inclusive estão cada vez mais disponíveis nas farmácias privadas e nas unidades de saúde da rede pública do SUS e podem prescrever medicamentos para problemas menores e também orientar o uso correto daqueles prescritos pelos outros profissionais, e encaminhar o paciente ao médico em casos necessários. Assim, “Procure a assistência de um médico ou de um farmacêutico. Não se arrisque! Medicamento é coisa séria!” é a mais importante recomendação. Alertou, Dr Clóvis Reis, Farmacêutico e Mestre em Saúde Pública.