A OMS confirmou nesta segunda-feira (28) que Mpox será o novo nome para designar a varíola dos macacos. Na última quarta (23), um diretor da organização, Lawrence Gostin, havia postado no Twitter que a instituição iria adotar a nova nomenclatura, mas somente agora a OMS se posicionou oficialmente.
O novo nome deve ser utilizado de forma simultânea a monkeypox -nome original em inglês para a varíola dos macacos- por um ano. A nomenclatura mais recente, no entanto, vai ter preferência.
“Isso serve para atenuar as preocupações levantadas por especialistas sobre a confusão causada por uma mudança de nome em meio a um surto global”, explicou a OMS de por que manter o termo original da doença.
A mudança do nome do vírus já era discutida dentro e fora da organização. Em meados de junho, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou publicamente o desejo de alterar a denominação -uma consulta até mesmo foi aberta para a população propor novas possibilidades de nomenclatura.
Nesta segunda, a OMS afirmou que o processo de alteração contou com a consulta a especialistas de 45 países. Uma das preocupações foi de o novo termo ter uma fácil utilização em outras línguas -Mpox tem maior facilidade de ser adotado em diferentes idiomas.
Mas pesquisas já indicam que esses animais não são os reservatórios naturais do patógeno. Além disso, o nome pode gerar confusões ao se pensar que a principal forma de transmissão da doença no surto atual ocorreria diretamente dos animais para humanos, podendo gerar casos de ataques aos animais. Na realidade, a disseminação atual acontece principalmente pelo contato direto com pessoas infectadas.
Um exemplo do equívoco gerado pelo nome foi de cinco macacos achados mortos e outros três resgatados com sinais de intoxicação no começo de agosto em São José do Rio Preto, interior paulista. Suspeita-se que os animais tenham sido atacados pela população devido a casos da doença.
Naquele momento, o assunto ganhou repercussão mundial, chegando à própria OMS. Ainda em agosto, a epidemiologista Margaret Harris, porta-voz da entidade, condenou a violência contra os animais e reiterou a intenção de encontrar um nome melhor para o vírus.