Se havia alguma dúvida de que a bandidagem dominou diversos bairros em Salvador, ela não existe mais. Na noite desta quinta-feira (03) alunos e funcionários do Colégio Estadual Pinto de Aguiar, no bairro de Mussurunga, foram surpreendidos por dois criminosos armados, que invadiram o local, renderam estudantes e professores e realizaram um assalto dentro de uma sala de aula.
Um professor que testemunhou o roubo em plena sala onde dava aula, por volta das 20h, contou ao Varela Notícias como aconteceu. Os assaltantes entraram no colégio sem levantar suspeitas dos dois vigilantes que fazem a segurança do local. Eles afirmaram que iriam à secretaria resolver pendências burocráticas e tiveram a entrada na instituição liberada pelos vigilantes.
“A secretaria é aberta, então qualquer pessoa pode entrar. Com esse artifício eles entraram na escola, se dirigiram à secretaria, fizeram algumas perguntas para uma funcionária e depois foram para a sala de aula onde eu estava”, conta o professor, que prefere não se identificar com medo de represálias. “Entraram os dois homens na sala. Um deles deu ‘boa noite’. Eu percebi que estavam sem farda, achei que eram vendedores, mas assim que deram ‘boa noite’, anunciaram o assalto”, relata.
O professor explica que um dos assaltantes mostrou o revólver por debaixo da camisa, enquanto o outro foi de cadeira em cadeira tomar os pertences. “O que estava armado veio em minha direção e perguntou o que havia na minha pasta. Eu disse que tinha meu celular. Ele pegou o celular, tirou minha corrente de prata e pegou o meu relógio. Depois saíram da sala, roubaram a coordenadora, que estava no corredor, e deixaram o colégio. Os seguranças disseram que nem perceberam quando eles foram embora”, afirma.
Após o assalto, todas as vítimas se dirigiram à 12ª Delegacia, em Itapuã, e fizeram um boletim de ocorrência. De acordo com o professor, apesar de haver aulas acontecendo em outras salas no momento do roubo, somente a sua foi assaltada.
“A sensação é de indignação, de tristeza, porque estar trabalhando em uma tranquilidade e de repente ter sua sala invadida por dois elementos… Tenho 17 anos ensinando e nunca imaginei que passaria por algo assim. Os bandidos não respeitam mais ninguém, não têm limites. Roubar dentro de uma escola? Sem falar que poderia ter sido pior, se a polícia chegasse e eles ficassem encurralados, fizessem alguém de refém… O susto foi muito grande, estou abalado até agora”, completa o professor.