Alavancar a comercialização dos produtos da agricultura familiar, no atacado ou varejo, para que cheguem àsprateleiras das delicatessens, minimercados, restaurantes, rede hoteleira e de supermercados, armazéns e outros pontos. Esse foi um dos assuntos em destaque da Oficina Alianças Produtivas, realizada nesta quarta-feira (04), em Salvador. O evento reuniu dirigentes de organizações da agricultura familiar baiana, para debater estratégias conjuntas de acesso a mercado na Região Metropolitana e grandes centros.
A oficina foi promovida pelo Bahia Produtiva, projeto executado Companhia de Desenvolvimento e Ação regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Durante dois dias, representantes de 50 cooperativas, participaram de palestras, debates e formações estratégicas, para trabalhar em rede e conseguir de maneira conjunta, oportunidades de negócios.
Wilson Dias, diretor-presidente da CAR/SDR, avaliou que o encontro foi proveitoso: “Com os encaminhamentos pactuados será possível aperfeiçoar o apoio do Governo do Estado para dar continuidade ao trabalho dessas cooperativas, para que elas alcancem os resultados previstos, que são melhorar sua base de produção, a comercialização e a renda dos agricultores”. Ele ainda lembrou que “foi traçado um conjunto de ações que irão possibilitar a entrada dos produtos da agricultura familiar a partir do Centro de Distribuição e Comercialização para Salvador e Região Metropolitana”.
Vital de Carvalho, consultor da CAR, enfatizou a importância em trazer a força produtiva do campo para capital e regiões circunvizinhas: “70% do PIB da Bahia está concentrado em Salvador, e nos municípios do entorno; aqui estão os grandes supermercados. O desafio é as cooperativas assumirem esse protagonismo, organizar os produtos, e, na hora que alguém precisar, disponibilizar do jeito que o consumidor quer”.
Avaliação
Juscelino Macedo, presidente da Cooperativa de Produtores Rurais do município de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), salientou que o fortalecimento do comércio das cooperativas é uma oportunidade de construir uma autonomia, para que as entidades tenham uma sustentabilidade financeira, para além dos subsídios que advêm das políticas públicas, via edital.
“O curso foi muito bom e eu acredito que a SDR, junto com a CAR, está no caminho certo, dando esse incentivo para as cooperativas se especializarem, para se tornarem cada vez menos dependente do Estado. Foi muito produtivo o encontro, pois só trabalhando em conjunto será possível a gente ter mais competitividade com outras empresas”, observou Macedo.
De acordo com Carine Assunção, presidente da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), “esse evento foi importante para mostrar a nós dirigentes das cooperativas que temos que ser empreendedores e não apenas produtores, trabalhar de forma organizada, documentar tudo certinho, para que venha agregar valor à cooperativa e à produção num todo”.
Encaminhamentos
Fernando Cabral, coordenador do Bahia Produtiva, destacou que “agora é implementar os encaminhamentos e colocar em prática o que foi visto nesses dias de capacitação. Pelo edital Alianças Produtivas vocês [cooperativas] estão tendo profissionais na área de gestão, produção, plano de negócio e outros, para qualificar a comercialização dos produtos”.
Entre os encaminhamentos finais ficaram pactuados entre a CAR/SDR e as cooperativas alguns pontos, sendo eles: O estabelecimento de uma rotina de planejamento e avaliação das ações da equipe técnica e dos resultados alcançados a cada período na entidade; instituição de um comitê gestor das alianças produtivas, envolvendo cooperativas e empresas; implementação de soluções digitais que dinamizem a gestão e outras ações técnicas que irão viabilizar de maneira concreta a execução do plano de negócios, para garantir êxito desde a base de produção até o consumidor final.
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