Tomamos conhecimento, perplexos, que na noite do dia 11 de março, último, mais um das fileiras do Psol tombou. Trata-se de Antônio Carlos Silva Almeida, também amplamente conhecido como Cacau, fato ocorrido na cidade de Capim Grosso, interior da Bahia.
Cacau foi candidato a prefeito pelo Psol em 2012 em Capim Grosso, Bahia. Neste pleito eleitoral de 2018 se colocou à disposição da sigla psolista para a candidatura a deputado (estadual ou federal ?). Ativo militante, iria participar de atividades realizadas pelo Psol em Senhor do Bonfim no próximo sábado, 14 de abril, data que marca um mês do brutal assassinato da vereadora do Psol do Rio de Janeiro Marielle Franco, ainda sem identificação de seus algozes, crime com fortes indícios de execução sumária, político, misógino, racial, que também vitimou o motorista que a acompanhava Anderson Gomes.
Essa sequência de atos expressam um aprofundamento da crise política e institucional. No Brasil e no mundo estamos diante da aceleração dos retrocessos e de uma brutal etapa regressiva nas poucas conquistas de trabalhadoras e trabalhadores, do povo, acumuladas às custas de muito sangue, suor e lágrimas, tendo como momento mais marcante no Brasil o golpe de 2016. Mesmo a democracia burguesa representativa, que não nos atende, vem sendo afrontada numa velocidade que atinge o ápice com os assassinatos, ameaças e atentados, declarações contraditórias e ameaçadoras de autoridades do exército, do poder judiciário e da repressão burguesa.
Só na Bahia a violência perpetrada contra Cacau se junta a tantas outras a lutadoras e lutadores do povo, como a de Marcinho do MST.. Sendo assim, nos solidarizamos com familiares, amigos, povo de Capim Grosso, lutadoras e lutadores do campo e da cidade ao tempo em que reafirmamos o compromisso de engrossarmos as fileiras da resistência por um mundo mais humano, socialmente referenciado, livre de toda a forma de opressão, sem classes.
Para tanto, convocamos a militância, trabalhadoras e trabalhadores , o povo, a ir para as ruas resistir e lutar, bem como a ocupar os espaços onde se possa exercer mesmo que minimamente a democracia direta, nos conselhos, associações, assembléias, audiências públicas, sindicatos. É preciso construir na prática a democracia direta popular como nova forma política, uma democracia em favor da gigantesca maioria da população, um poder a serviço dos explorados e das trabalhadoras e dos trabalhadores. É preciso também que lideranças populares, homens e mulheres representativos das lutas sociais se coloquem à disposição para ocupar o parlamento mas na perspectiva de demonstrar a necessidade de superá-lo.
Só a luta muda a vida!
Ousando lutar, venceremos!
Salvador, abril de 2018
Executiva Estadual do Psol Bahia