Paulo Gabriel Nacif
Diversos candidatos a Presidência, como Geraldo Alckmin, Amoedo, Bolsonaro e seus principais assessores, vivem repetindo que o Brasil gasta mais com as universidades federais públicas do que com a educação básica. Esse discurso também é repetido por inúmeros “especialistas” em educação.
Afirmo que esse discurso é, perdoem-me a palavra, canalha. Tem como objetivo confundir a opinião pública. Na verdade, obviamente o “Estado Brasileiro” gasta muito mais com a educação básica do que com as universidades federais. E os autores desses discursos sabem disso. Eles confundem propositadamente o orçamento do Ministério da Educação que concentra os recursos da educação federal superior pública e que, por isso, quando comparado com os recursos da parcela da educação básica sobre administração do MEC parecem ser muito maiores. Ocorre que na organização estatal brasileira, ao contrário do que ocorre na educação federal superior, existem várias outras fontes para a educação básica em diferentes dimensões do “Estado Brasileiro”, como, por exemplo, o FUNDEB e os orçamentos dos estados e municípios. Isso sempre me pareceu tão óbvio que sempre achei irrelevante explicitar a situação, mas agora estou percebendo que existe uma maldade canalha nesse discurso raso, típico de quem, no fundo, nunca se preocupou com a educação do nosso povo.
Vejam isso:
– ORÇAMENTO DO MEC – 104,5 Bilhões.
– ORÇAMENTO DA EDUCAÇÃO FEDERAL SUPERIOR PÚBLICA NO MEC: 31,6 Bilhões.
– ORÇAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MEC: 4,5 Bilhões.
– ORÇAMENTO DO FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica): 148 Bilhões.
– Para a educação básica ainda devemos considerar como relevante as inversões dos estados e municípios que não podem gastar menos do que 25 por cento em educação.