Georgina Miralva, da Pituba, instiga: o escândalo que envolve de secretários da pequena Abaíra a uma longa lista de 134 mil servidores públicos federais, estaduais e municipais inscritos no auxílio emergencial. Dá para entender?
Georgina, prezada. Dizem que crises como essa da pandemia suscitam um bom gancho para reflexão. Claro que o vírus da corrupção não chegou lá em Abaíra com o corona. Já estava, como de há muito mostra a cara nos quatro cantos do mundo e em todas as circunstâncias, até nas dolorosas.
Da alma
Crises como a do corona escancaram isso, desnudam as almas. Aí se vê pessoas simples se engrandecendo com atos simples, mas significativos; empresas fazendo seu marketing humanitário; profissionais de saúde na linha de frente do combate sabendo que correm risco de morte; e um monte de ladrões roubando respiradores, remédios e afins.
Dizem que a Covid, lá em Wuhan, na China, de onde emergiu para o mundo, veio do mundo animal. Mas a corrupção, querida, parece já ter nascido na alma humana, e lá está encruada como uma chaga que, num momento desses, expõe a vastidão dos seus malefícios coletivos.
Funcionário público se passar por necessitado? Convém ressalvar, a política não é a atividade mais descarada, e sim a mais escancarada. Parece descarada porque a sociedade tem muito disso. E entenda que nem sempre bom cobrador é bom pagador.