As Forças Armadas do Brasil que tanto mitificam os norte-Americanos deveriam seguir o exemplo do general Mark Milley, que se mostrou profundamente arrependido de ter participado da caminhada junto ao presidente Donald Trump para posar para uma foto em frente à igreja de St. John, próxima a Casa Branca, em Washington.
O general reforça o compromisso republicano de manter o Exército apolítico. O Chefe do Estado Maior Estadunidense confessou: “Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna.”
No Brasil, o movimento é totalmente oposto e antirrepublicano. Bolsonaro exibe seus generais do governo como se fossem troféus de moralidade e símbolo de democracia. Atualmente, o Brasil tem mais militares no desgoverno do que nos tempos da Ditadura Civil-militar. O Ministro da Casa Civil é o General Braga Neto. No meio da guerra contra a pandemia, o ministro da saúde é o “gênio da nova Geografia”, General Pazuello. Para citarmos dois exemplos gritantes.
Enquanto os EUA, que são a maior potência militar do mundo, tratam de separar os poderes, parte das Forças Armadas do Brasil se converteu no principal partido político do Bolsonarismo. A isonomia entre os poderes é a base de qualquer país que se considere República.
Como brasileiros e vítimas do império norte-americano o que desejamos dos EUA é que o Estado Maior pare de utilizar seu império de guerra e suas forças auxiliares para atentarem contra as democracias em outras nações. Democracia de verdade só existe quando é praticada de maneira universal.
Não nutrimos qualquer esperança que Bolsonaro desmilitarize seu desgoverno! Neste caso, derrubar esta ditadura disfarçada é a única saída para retomarmos à plena democracia do país.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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