Salvador pós pandemia, uma agenda de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial. Esta foi a temática da discussão do programa participativo de governo da pré-candidata a prefeita de Salvador e deputada estadual Olívia Santana. O encontro virtual aconteceu na tarde desta sexta-feira (14.08), pelo zoom.
Durante o debate, Olívia destacou que 82% da população de Salvador é negra e essa parcela majoritária também quer governar, fazer parte do poder decisório para reduzir as desigualdades e combater o racismo.
“A cidade tem 470 anos e nunca teve uma prefeita ou um prefeito negro eleito. Podemos mudar essa história. A maioria do povo quer e precisa dessa experiência. Precisamos quebrar essa barreira e construir um novo patamar civilizatório para a maioria da população soteropolitana eleger”, ressaltou.
Olívia também destacou o sentimento de solidão da mulher negra. “sentimos isso nos espaços de poder. Quando entro na assembleia que é praticamente masculina e branca, nos sentimos nesse ponto de exceção. Precisamos escancarar esse espaço e ampliar a participação do povo negro no poder. É essa necessidade que nos convoca para o palácio Thomé de Souza. Temos um plano para a vida do nosso povo negro. Precisamos alterar esta realidade”, destacou Olívia.
O publicitário e empreendedor Paulo Rogério, participou do debate e destacou a importância do empreendedorismo e da tecnologia para a inclusão social. “Precisamos usar a tecnologia a serviço do cidadão e cidadã. Salvador só vai ser uma cidade do futuro e do presente para todo mundo, quando for envolvida pela tecnologia. Somos uma cidade criativa. Entregamos para o Brasil o cinema novo, a capoeira, o samba, a guitarra, o trio elétrico e mais da metade dos artistas. Precisamos disponibilizar crédito para os pequenos empreendedores”.
Já Preto Zezé, um dos representantes da presidência internacional da CUFA Global compartilhou alguns dos olhares da CUFA. “A negrada geralmente fica fora do espaço de disputa e de poder. Temos que intervir nos debates públicos. Temos que somar a esses movimentos solidários uma bandeira patriótica de verdade. É chegada a hora de virar a chave com discurso de perspectiva de poder”.
Moradora do Engenho Velho da Federação, Assistente Social, e fundadora da Wakanda Warriors Aceleração de Negócios e Educação para Empreendedorxs, Karine Santos destacou que é preciso alinhar a questão do bem viver e de outras bandeiras que são fundamentais. “A informalidade cresceu em Salvador. Muita gente empreendendo por necessidade. Estamos vendo o dobro de ambulante”.
A Coordenadora do NEGRAS – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça e Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Denize de Almeida Ribeiro afirmou a necessidade de Salvador ter um tratamento humanitário para a população negra da cidade, que é a maioria.
Doutorando em Engenharia Industrial (UFBA), com pesquisa focada em Segurança de Produtos de Consumo, Rodrigo Luz lembrou Salvador é uma cidade negra. Desejamos respeito, dignidade e ser ouvidos. Coisa que não aconteceram até então. A eleição de Olívia é uma oportunidade para que isso ocorra”.
Advogada, Mestranda em Direito, Especialista em Gestão da Segurança Pública pela Universidade Federal da Bahia CEGESP – UFBA, Karina da Hora ressaltou a importância de ter um olhar de proximidade de Segurança Pública para com a comunidade. “Precisamos ser criativos, emitir sugestões que possam ser implementadas nos pequenos espaços de poder”.