Durante quase 1 h e 30 minutos foram tratados diversos temas da política nacional e da vida pessoal do presidente.
Entre os temas mais comentados nos últimos dias, na entrevista, foram discutidas as vergonhosas filas do INSS. Depois do desmonte da Previdência Social, temos trabalhadores com até dois anos a espera de receber o benefício. Lula lembrou que em seu governo, o próprio INSS comunicava ao trabalhador que ele tinha adquirido direito ao benefício e o aposentado ou beneficiário não levava mais do que 30 minutos para ser atendido nas agências.
Diante do caos gerado, a saída encontrada pelos incompetentes Bolsonaristas será contratar 7 mil militares da reserva. O custo mensal chegará a 14,5 milhões de reais por mês. Quando Bolsonaro poderia criar concursos públicos e abrir 7 mil novo postos de trabalhos formais.
Não esqueçamos que o Brasil virou o país do desemprego e do sub-emprego – a uberização-. Fato que deixou Lula indignado, sem contar os vários direitos perdidos depois de décadas de lutas. O ex-presidente acredita que no contexto atual os trabalhadores estão sem opção de ter um trabalho formal e precisam se submeter a tais sacrifícios para levar o leite para casa. Precisamos reverter essa situação urgentemente. Este é um dos temas centrais do país.
Lula fez um resumo perfeito do desgoverno. Temos o Bozo que blasfema. Guedes governa com sua pauta entreguista, antipovo e Rodrigo Maia faz o papel de Primeiro Ministro, transformando as bombas do Guedes em coisas aprovadas.
Como sempre, o tema da Frente Ampla foi debatido, sobretudo porque estamos em ano eleitoral. Lula argumentou que há vários momentos e várias possibilidades de você criar uma frente ampla dependendo do assunto que está em pauta. Citou exemplos do passado e o mais recente em 2006, além da possibilidade de uma frente ampla em torno da Soberania Nacional. Contudo sabemos que criar essa unidade nacionalmente em trono de um projeto político não é um questão simplória.
Lula ainda citou as bem-sucedidas alianças e governabilidades regionais como as dos Governos petistas no Nordeste.
Está se construindo um mito de que o PT não faz alianças. O que é uma inverdade. Agora, o Partido não abre mão de ter candidatura própria onde tem reais chances de vitória para agradar quem quer que seja. Muitas vezes, alianças que acontecem localmente, se tornam inviáveis em âmbito nacional. Não se trata de hegemonia. Mas de lógica. Não por acaso o PT continua forte nestes 40 anos.
Lula ainda argumentou que não vê problemas de apoiar nomes como Freixo e Manuela. Mas nem tudo se resolve no 1º turno. O que levou outro ponto importante da entrevista. O nosso companheiro rememorou da luta pela criação do segundo turno eleitoral no país. Onde o principal objetivo é que cada partido (s) defendesse (m) o seu projeto político num primeiro momento e a partir dos resultados, se montam as composições, ou não.
Quando a Talita Galli mencionou o nome do Luciano Huck como de centro-esquerda o ex-presidente foi perfeito na sua avaliação. O apresentador global, “é um candidato da TV Globo de televisão, esta sendo discutido pelo dono da AMBEV. O novo formador de quadros políticos dirigentes nesse país. Possivelmente ele queira transformar esse país numa AMBEV”.
O momento alto da entrevista foi quando Lula falou que PT deve defender o seu legado. Lula citou o exemplo do Haddad na eleição a prefeitura de São Paulo (2012): “O Haddad ganhou as eleições para prefeito contra o José Serra, quando o companheiro Zé Dirceu estava sendo julgado! O julgamento foi feito, não sei se premeditado ou não, durante o processo. E ele ganhou as eleições”. Ganhou pela coragem de defendermos o que somos e nossas realizações. Sem medo de represálias encomendadas!
E fez mais uma acertada leitura quando disse: “Nós perdemos em 2016 (eleição municipal de São Paulo) no maior processo de acusação, eu diria de condenação, de um partido político”. (Auge do golpe)
“E eu digo para os meus companheiros do PT: eu acho que nós perdemos porque nós não tivemos coragem de ir para a rua se defender”.
Lula acertadamente acredita que não se pode se esconder diante de grandes desafios. É preciso enfrentá-los. Assim como ele enfrentou a Lava a Jato. Acredito que essa leitura do companheiro Lula se enquadra em nossa conjuntura atual.
Precisamos defender as nossas bandeiras. Precisamos mostrar ao povo que a extrema-direita não tem projeto de país para a maioria dos brasileiros. Precisamos mostrar com dados reais que o partido que defende e luta por um Brasil de todos e todas é o PT. Não podemos sofrer calúnias e fingir que não é com a gente. Não podemos assistir os desmontes do estado e a eliminação dos direitos de braços cruzados!
Precisamos agir!
A entrevista do Lula é riquíssima, ele aprofunda cada tema citado aqui. Além de defender uma maior aproximação do partido junto os evangélicos. Vai continuar a sua luta por liberdade total, como ele mesmo afirmou, “ainda não estou livre, estou solto”. Também tratou da nossa Soberania Nacional e o seu sonho de mobilizar o país nesta causa inadiável, até porque a situação criada pelo Bozo é lastimável. Lula prometeu visitar países da Europa e depois andar e lutar por esse Brasil que ele tanto ama.
Assistam a entrevista completa no link: https://www.youtube.com/watch?v=4JtywwdJfSo
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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