A população mundial deve começar a diminuir após a metade do século 21, de acordo com um estudo da Universidade de Washington, publicado nesta terça-feira (14) pelo diário científico Lancet.
Os autores avaliam que o pico acontecerá em torno de 2064, quando o planeta terá 9,7 bilhões de pessoas. Depois, a população deve cair para 8,8 bilhões em 2100.
O Brasil seguirá a tendência, chegando a 235 milhões de habitantes em 2034, mas caindo a partir daí, até chegar a 135 milhões no final do século.
Segundo o estudo, até 2100, as taxas de fertilidade projetadas em 183 de 195 países não serão altas o suficiente para manter as populações atuais, caso não sejam adotadas políticas liberais de imigração.
Locais que já enfrentam decréscimo na população serão severamente afetados: Japão, Itália, Espanha, Portugal e outros 19 países terão metade da população atual ao final do século 21.
As projeções para os EUA indicam que o país chegará a 364 milhões de habitantes em 2062, mas sofrerá um moderado declínio de menos de 10%, encerrando o século com 336 milhões, como o quarto país mais populoso do mundo – e também a quarta maior força de trabalho do mundo, com cerca de 181 milhões de pessoas, atrás de Índia, Nigéria e China.
Isso, porém, não será apenas por seus próprios cidadãos, mas basicamente sustentado pelos imigrantes. A imigração também deve fazer com que os Estados Unidos recupere o título de maior economia do mundo em 2098, após perdê-lo para a China em 2035, afirmam os autores do estudo.
As mudanças acontecerão não apenas no tamanho das populações, mas também no envelhecimento. Em 2100, a previsão é de que existam 2,37 bilhões de pessoas com mais de 65 anos no mundo, e apenas 1,7 bilhão com menos de 20 anos.
Isso resultará na diminuição da força de trabalho em países hoje dominantes – caso de Índia e China – e irá provocar mudanças econômicas e em termos de geopolítica.
Nigéria será potência
Considerando ainda que a população da África Subsaariana deverá triplicar ao longo do século, passando de 1 bilhão em 2017 para 3 bilhões em 2100, com a queda das taxas de mortalidade e um número crescente de mulheres entrando em idade reprodutiva, existe a previsão de que a Nigéria se torne uma grande potência no cenário internacional.
O país será o único entre as 10 nações mais populosas do mundo a ver sua população em idade ativa crescer ao longo do século (de 86 milhões em 2017 para 458 milhões em 2100), impulsionando um rápido crescimento econômico e elevando seu PIB de 23º lugar no ranking mundial em 2017 para o 9º lugar em 2100.
O estudo ressalta ainda que o norte da África e o Oriente Médio são as únicas outras regiões previstas para ter uma população maior em 2100 (978 milhões) do que em 2017 (600 milhões).
Fonte: G1