O Ministério Público Federal (MPF) solicitou o afastamento do diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias. Vasques é acusado de ter feito “uso indevido do cargo” ao pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não ter tomado providências no caso do bloqueio das rodovias da região Nordeste no dia das eleições.
De acordo com informações do MPF, o diretor usou a PRF para fazer uma ação política-partidária. “A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato à reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, diz trecho do documento, divulgado pela Metrópoles
O primeiro escândalo envolvendo Vasques ocorreu às vésperas das eleições, quando ele usou as redes sociais para pedir votos para Bolsonaro. No story de sua conta pessoal no Instagram, o policial escreveu “vote 22, Bolsonaro presidente”. Ele ainda usou a foto da bandeira do Brasil. Após críticas, a publicação foi apagada.
Já no dia das eleições do segundo turno, a PRF fez uma grande ação em estradas da região Nordeste, maior reduto eleitoral de Lula (PT), impedindo que os nordestinos votassem. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, mandou Vasques informar imediatamente as razões pelas quais a corporação estaria fazendo bloqueios em estradas federais, impedindo eleitores de votar no segundo das eleições.
Segundo relatos, apenas os eleitores petistas estavam sendo abordados e impedidos de seguir viagem. Na ocasião foram identificados indícios de omissão da corporação.