O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (15/3) que o Governo Federal deveria ter realizado uma campanha de conscientização da população desde o início da pandemia para incentivar o uso de máscaras e contra aglomerações. A declaração foi dada em entrevista ao canal MyNews.
“Eu julgo que nós deveríamos ter, desde o começo, tido uma campanha em nível federal – uma vez que as medidas locais pertencem aos gestores e isso é inconteste –, uma campanha séria de conscientização da população. Não é uma questão de lockdown ou não lockdown, mas uma questão das pessoas entenderem que elas têm que se resguardar o máximo possível, evitando, vamos dizer, aglomerações com gente que desconhecem”, afirmou
Segundo o vice-presidente, o Governo Federal falha na comunicação sobre a pandemia de Covid-19 e precisa melhorar neste quesito.
“Uma coisa é você estar em reunião em família que todo mundo você sabe de onde veio, se teve doença, se não teve doença, se teve contato, se não teve contato. Outra coisa é você ir para um ambiente onde não há nenhum tipo de controle. E isso a gente deveria ter falado o tempo todo. Assim como as próprias questões mais elementares, do uso de máscara, de lavar as mãos, do uso de álcool. Acho que isso foi uma falha nossa aqui do governo que a gente podia ter trabalhado melhor”, apontou o vice-presidente.
As declarações de Mourão vão na contramão do que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diz sobre o uso de máscaras e as medidas de isolamento social implementadas por governadores e prefeitos para conter a pandemia de Covid-19 no Brasil. No dia 25 de fevereiro, o presidente sugeriu, sem evidências, que o uso de máscaras causa efeitos colaterais.
Citando um suposto estudo feito na Alemanha, sem dizer qual, Bolsonaro afirmou, durante sua live semanal, que as máscaras são “prejudiciais” às crianças, causando irritabilidade, dor de cabeça e dificuldade de concentração, por exemplo. O presidente evitou entrar em detalhes porque, segundo ele, “tudo deságua em crítica sobre mim”, mas afirmou ter sua própria “opinião” sobre o equipamento de proteção.