O Brasil registrou crescimento de 92% no número de mortes por SRAG (síndrome respiratória aguda grave), de 2019 a 2020 —considerando apenas os quatro primeiros meses deste ano—, de acordo com dados dos cartórios de Registro de Civil de todo o país.
No ano passado, segundo o Portal da Transparência, foram contabilizados apenas 183 óbitos, em que a causa principal foi SRAG. Só de janeiro a abril deste ano, no entanto, o número saltou para 2.333 ocorrências.
O painel, que reúne informações dos cartórios de todo o Brasil, considera, como metodologia estatística, apenas a causa principal do óbito. Entretanto, na prática, esses casos podem estar associados a outras doenças como, por exemplo, a covid-19.
As informações, vale ressaltar, podem apresentar atraso de até 14 dias. Isso porque as famílias têm até 24 horas após a morte para fazer o registro em cartório. Após isso, a unidade tem até cinco dias para oficializar o procedimento e, ainda, mais oito para encaminhar as informações à CRC Nacional (Central Nacional de Informações do Registro Civil).
A curva de internações por SRAG (síndrome respiratória aguda grave), projetada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), voltou a acelerar na 17ª semana epidemiológica, período que vai de 19 a 25 de abril, no Brasil. As informações estão baseadas em dados do sistema eletrônico InfoGripe da instituição.
De acordo a plataforma, todas as regiões do país apresentam índices elevados, sendo que, entre as ocorrências que já foram diagnosticadas, 77,5% correspondem a casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus.
A Fiocruz registrou, até o dia 25 de abril, mais de 44,7 mil hospitalizações. No entanto, considerando possíveis atrasos de secretarias de saúde no envio de dados, o número pode ultrapassar 62,6 mil (A fundação considera uma margem de erro de 55 mil a 75,4 mil).
Embora o ritmo de ocorrências tenha crescido, isso não significa que todos os casos de internação estejam relacionados ao novo coronavírus. SRAG é uma definição que considera também doenças causadas por outros vírus, como a influenza e outros tipos de coronavírus conhecidos pela comunidade científica.
O sistema InfoGripe, que monitora o comportamento da doença no país, foi criado após a pandemia de influenza H1N1, em 2009.