“Minha gente não ignore que é com muita união. Minha gente venha ver, esse terno é de Portão”. O trecho da música foi entoado na voz de Dona Aidê, mestra da cultura popular de Lauro de Freitas, para anunciar o Terno de Reis Estrela Dalva que saiu do Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão e percorreu até a Praça local, neste domingo (5). A tradição que completou 30 anos sob a coordenação de Dona Aidê, marca a abertura do calendário cultural do município.
“Quem começou a fazer o Terno de Reis no bairro de Portão foi Dona Vanú, lá na Rua Queira Deus. Eu tinha por volta de 19 anos quando ela fazia. Depois que ela morreu, eu dei continuidade aqui. O terno vem passando por gerações e fazemos de tudo para manter vivo. Essa tradição é de Portão, é de Lauro de Freitas, e levamos para vários lugares para mostrar a nossa cultura”, contou.
À frente do terno, uma alegoria com um presépio montado levava três meninos vestidos de Reis Magos. A representação ilustrava o caminho feito pelos Reis que viajaram noite e dia, guiados pela estrela, para encontrar José, Maria e o Menino Jesus para ofertarem seus presentes. Logo atrás, o bumba meu boi, o burrinho, a onça e outros elementos do festejo, puxavam os demais participantes no ritmo da percussão do Bankoma.
O Terno de Reis Estrela Dalva manteve a tradição de parar em determinados pontos do percurso. Foram momentos da festa que refletiram o ato de abrir a porta e receber a bandeira em sua morada, assim como fez Erondina e Cremilda, mãe e filha da família Souza. “Eu gosto de ver o desfile, é muito animado. Aqui tinha muitos ternos, hoje em dia só Aidê que ainda faz. Minha filha participava muito também, saía atrás do cortejo, mas agora fica comigo vendo passar”, disse Erondina.
O reisado que tomou conta do bairro de Portão contou com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT). Uma ambulância da Secretaria de Saúde (SESA) e viatura da Secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública (SETTOP), acompanharam todo o percurso. Nesta segunda-feira (06), em que se comemora o Dia de Reis, a tradição chega ao Centro, às 18h, com saída na Avenida Amarílio Thiago dos Santos até a Praça da Matriz.
Jornalista Laerte Santana
Foto Edgard Copque
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06/01/2020
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