A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, reafirmou a disposição de manter abertos os canais de negociação com a comunidade do Quingoma na busca de uma solução para o impasse na delimitação das terras quilombola. Moema esclareceu, durante reunião com a comissão de representantes, nesta segunda-feira (4), que houve um equívoco de interpretação da comunidade em relação a uma possível resposta do estado no sentido de suspender o diálogo com os quilombolas que reivindicam a posse de 21% de todo o território de Lauro de Freitas.
A resposta da prefeita diz respeito à manifestação ocorrida no mês de agosto em que um pequeno grupo da comunidade interrompeu o trânsito de parte da Estrada do Coco, por entender que a Prefeitura estava de acordo com a decisão do Estado. “A nossa posição sempre será de ouvir as reivindicações e entender a legitimidade do pleito. Porém nós consideramos que há um entrave instaurado que não permite o avanço das negociações”, destacou a prefeita. Moema completou lembrando que tanto a Prefeitura quanto o Governo do Estado nunca cessaram as negociações.
Um dos pontos de impasse é o território. Enquanto a comunidade reivindica 1.200 hectares, que abarca áreas com grande número de habitações não quilombolas, o estado oferece 300 hectares com a legalização das terras. Na área já estudada através de georreferenciamento foram identificadas 219 residências quilombolas, que permanecem na área que hoje ocupam, e 53 não quilombolas que serão retiradas do local.
Na proposta do governo, um conjunto de equipamentos públicos será disponibilizado para a comunidade, entre eles escola profissionalizante, UPA, quadra poliesportiva, centro de cultura, escola de 1º e 2º Graus, creche, terminal de ônibus, acesso com ciclovias e calçadas, praças, quiosques e áreas verde.
Durante a reunião, que contou com a participação da presidente da Câmara Municipal, Naide Brito, da vereadora Luciana Tavares, do defensor público Gilmar Bittencourt e do secretário de Desenvolvimento Urbano José Pires, foram colocadas questões importantes para reflexão dos quilombolas.
Rejane Rodrigues, uma das líderes do movimento, concordou em chamar a comunidade para discutir uma nova proposta, enquanto a prefeita já entrou em contato com o Estado para agendar uma nova reunião. “Agora, é preciso que a comunidade apresente uma proposta que seja possa ser absorvida e analisada pelo Governo do Estado”.