A postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) diante da onda de protestos após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de críticas do Judiciário.
“Estamos lidando com um moleque”, disse um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. Para o magistrado, o silêncio e a recusa do mandatário de admitir a derrota estimula manifestações golpistas no país.
Outro integrante de tribunal de Brasília disse à publicação que “a democracia pressupõe que você lide com gente que tem consciência de sua responsabilidade”, o que não seria o caso de Bolsonaro.
O comportamento do presidente tem sido reprovado até mesmo para membros do judiciários alinhados ao bolsonarismo. Um desses magistrados disse à coluna que “pelo seu jeito de ser”, Bolsonaro conseguiu “uma rejeição maior que a do PT” e defendeu a necessidade de pacificar o Brasil, sem “radicalização de nenhum dos lados”.
Ainda de acordo com a publicação, a omissão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dissipar os protestos e desbloquear as estradas reforçam a certeza de que o presidente estimula e tenta inflar os atos, mesmo após o STF determinar que o governo federal adote imediatamente “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir rodovias.
A corte estabeleceu uma multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento da decisão. Além disso, o diretor-geral da PRF Silvinei Vasques pode ser afastado e preso em flagrante pelo crime de desobediência.