Diante do cenário de fluxo de vacinas muito inferior à necessidade brasileira de aceleração do processo de imunização no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, retoma nesta segunda-feira a intermediação diplomática com o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming. O país é um dos maiores fabricantes mundiais de vacinas e insumos. O último contato de um membro do Executivo com o representante do governo chinês no Brasil foi feito há mais de dois meses pelo então ministro Eduardo Pazuello.
A visita de Queiroga ao embaixador marca uma mudança na inflexão do governo brasileiro em relação às iniciativas para obtenção de vacinas. O novo ministro estabeleceu como meta vacinar 1 milhão de brasileiros por dia, sem, no entanto, fixar prazo para que esta marca se torne uma rotina. Entre especialistas, a percepção é de que o país só conseguirá mudar de patamar no ritmo da imunização em massa quando obtiver autonomia na produção dos insumos para a fabricação das doses, o que é estimado apenas para setembro.
“A China está disposta a contribuir cada vez mais com o Brasil em sua defesa da Saúde Pública”, publicou Wanming em sua conta no twitter neste domingo, ao ressaltar que 18,4 milhões de doses de vacinas aplicadas no Brasil até 29 de março, 14,7 milhões foram do imunizante chinês Coronavac, de acordo com dados do SUS. A vacina, fabricada em larga escala pelo instituto Butantan, foi alvo de disputa política em episódios que tiveram impacto nas relações entre o Brasil e a China e ainda não foram completamente superados