O presidente Jair Bolsonaro teria autorizado o ‘gabinete do ódio’ a vasculhar o passado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em busca de algo que o comprometa. O objetivo é criar uma narrativa que estimule os bolsonaristas que apoiam o médico a mudar de pensamento e passar a pedir a demissão do ministro.
As informações são da coluna Radar Online, de Veja. Segundo a publicação, já começam a circular no WhatsApp uma “denúncia” contra Mandetta sobre renovação de contrato de publicidade no valor de R$ 1 bilhão, firmados por Dilma Rousseff em 2016.
Essas agências de publicidade estariam agora alimentando a mídia contra Bolsonaro e a favor do ministro. “Mandetta virou o queridinho da extrema imprensa, pois o Ministério da Saúde escoa recursos para empresas de comunicação como Globo e Band”, diz a mensagem que circula.
De acordo com a coluna, Mandetta, na verdade, teria dado continuidade a um contrato de R$ 250 milhões com quatro agências de publicidade que já prestavam serviços ao ministério. O gasto também estava previsto no orçamento do governo Bolsonaro.
Ala militar preocupada
A decisão de Bolsonaro em destruir a imagem pública de Mandetta quando o Brasil começa a viver o pico da pandemia do novo coronavírus tem preocupado a ala militar. O chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, tentam convecer o presidente a não demitir Mandetta.
O argumento dos militares é que a saída do ministro desmobilizaria a estrutura montada no ministério, já que outros membros da pasta também pediriam pra sair. O chefe do Gabinetes de Segurança Institucinal, general Augusto Heleno, também é contra regoanizar todo o ministério com a pandemia em curso.
O nome cotado para assumir no lugar de Mandetta é o ex-ministro Osmar Terra, que já tem feito publicações nas redes sociais sobre o coronavírus de maneira mais alinhada à forma como pensa o presidente.