Quero agradecer ao companheiro Durval Libânio, por me sugerir que fizesse uma nota sobre as árvores gigantes da mata atlântica baiana.
A Mata Atlântica é o tesouro natural do Brasil, mas, infelizmente, é o bioma brasileiro mais destruído desde a colonização do Brasil. Inclusive o pau brasil, árvore símbolo do nosso país. Os engenhos de cana de açúcar, a exploração do ouro e minerais preciosos, as plantações de café, tudo isso foi feito em área de mata atlântica que hoje só possui 8% da sua cobertura original.
Esse bioma traz o nome do Oceano Atlântico, por se localizar numa área muito próxima do litoral brasileiro, cruzando as regiões nordeste e sudeste do país.
Apesar da grande destruição, a Mata Atlântica ainda é uma área de enorme biodiversidade no país, concentrando um alto número de plantas de importâncias medicinais e sendo considerada um hot spot. Hot spot é quando uma pequena área concentra uma grande quantidade de espécies diferentes.
A floresta também apresenta vasto número de espécies que só conseguem viver lá, ou seja, se esse bioma acabar, as espécies não conseguirão sobreviver em outros locais.
Ainda hoje, as universidades brasileiras fazem grandes descobertas ligadas à Mata Atlântica, um bioma que ainda permanece resistente mesmo depois de mais de 500 anos de exploração.
Pesquisadores brasileiros que são considerados os Guardiões da Floreta, descobriram árvores seculares que são consideradas verdadeiras joias da natureza. Muitas delas, como é o caso da árvore que foi descoberta em Camacã na Bahia, o Jequitibá Rosa de 58 metros de altura, é considerado uma das maiores árvores já catalogada na Mata Atlântica, ele equivale ao tamanho de um prédio de 20 andares ou a 8 postes de iluminação, um em cima do outro. O exemplar possui 13 metros de circunferência.
A imponente sobrevivente da floresta foi batizada pelos pesquisadores de Seu Manduca, uma homenagem ao ex-proprietário das terras, onde o Jequitibá se originou e que se recusou cortar a árvore durante o ciclo de desmatamento.
O que os pesquisadores não esperavam, é que na última expedição, em Ubatã-BA, fosse descoberto outro Jequitibá ainda mais alto do que Seu Manduca, com 64 metros de altura, porém, este tem o tronco mais fino e segundo os cálculos dos pesquisadores, Seu Manduca continua como a maior árvore da Mata Atlântica.
A Bahia conserva o maior Pau Brasil do país, localizado em Itamaraju. A lendária espécie mede 30 metros de altura e foi catalogada de Príncipe. E como o Estado baiano é o lugar das boas surpresas, na mesma região foi encontrado um Pau Brasil secular de 35 metros de altura, chamando-a de Rei.
As gigantes árvores que compõe a Mata Atlântica estão presentes nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Nestas regiões que tem o privilégio de ter este bioma, podemos ver suas copas formarem imensos jardins suspensos no céu, onde abrigam muitas outras espécies.
Tanta riqueza precisa ser preservada. A Mata Atlântica está altamente degradada e este rico bioma corre o risco de desaparecer.
Proteger as florestas do Brasil é uma causa universal. Um mundo sustentável requer a preservação da natureza. Não podemos abrir mão deste tesouro vivo!
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).