Há 52 anos, Carlos Marighella foi assassinado pela Ditadura Militar no Brasil.
Pensando nesta data, o lançamento do filme “Marighella” – protagonizado pelo brabo, Seu Jorge – acontece hoje nos cinemas brasileiros.
Mas você sabe quem foi Carlos Marighella?
A gente te conta:
- Soteropolitano, Carlos Marighella é filho de um operário metalúrgico italiano e de uma empregada doméstica. Sempre teve em casa o incentivo aos estudos. Cursou Engenharia Civil em 1929, na Escola Politécnica da UFBA.
- Foi preso pela primeira vez em 1932, no Governo Vargas, reivindicando por uma Constituinte democrática no Brasil. Ao sair da cadeia, abandonou a faculdade para se dedicar a militância no PCB (Partido Comunista Brasileiro).
- Preso novamente em 1936, por subversão, foi torturado na prisão e solto numa espécie de anistia, dada pelo ministro da Justiça da época, aos presos políticos sem condenação.
- Foi preso novamente em 1939, por estar na clandestinidade e saiu da cadeia apenas em 1945, no fim do Estado Novo, após a morte de Getúlio Vargas.
- Em 1946, foi eleito deputado federal constituinte, mas perdeu o mandato em 1948, depois de o PCB ter sido colocado na clandestinidade.
- Após mais de uma década envolvido na militância de rua em movimentos sociais, tornou-se o principal alvo do regime militar e foi para a luta armada para combater a ditadura.
- Foi morto em 4 de novembro de 1969 após uma emboscada que agentes do DOPS prepararam após torturarem frades dominicanos que tinham um encontro marcado com Marighella nessa mesma data.
- Na emboscada, Marighella, que estava desarmado, tentou pegar uma cápsula de cianureto de potássio para suicidar-se, uma vez que havia jurado jamais ser preso ou torturado novamente. A polícia o cercou na traseira de um fusca e atirou contra ele, que morreu na hora.
- Os militares recriaram a cena do crime responsabilizando Marighella pela morte de um alemão que passava no local, pelos ferimentos graves em dois policiais, e por ter tentado sacar uma pistola no momento em que foi cercado. Tudo mentira, comprovada tempos depois.
- O Estado reconheceu a autoria da morte de Carlos Marighella apenas em 1996. Ele foi anistiado em 2012 após apurações da Comissão da Verdade. A família sempre lutou para que o Brasil reconhecesse publicamente a perseguição política