Um grupo no Facebook chamado “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” reúne 1.195.784 membros até a tarde desta quarta-feira (12). E o número tende a crescer. Criado no dia 30 de agosto, o espaço é um acesso restrito e depende de aprovação. Para entrar, é preciso ser mulher (cis ou trans) e passar pelo crivo das moderadoras. São 10 administradoras e 82 moderadores no total.
O crescimento do grupo reflete o resultado das pesquisa Datafolha, divulgada na terça-feira (11), que aponta que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) tem rejeição de 50% do eleitorado feminino.
Conforme a descrição o grupo é “destinado a união das mulheres de todo o Brasil (e as que moram fora do Brasil) contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia e outros tipos de preconceitos representados pelo candidato Jair Bolsonaro e seus eleitores”. “Acreditamos que este cenário que em princípio nos atormenta pelas ameaças as nossas conquistas e direitos é uma grande oportunidade para nos reconhecer como mulheres. Esta é uma grande oportunidade de união! De reconhecimento da nossa força! O reconhecimento da força da união de nós mulheres pode direcionar o futuro deste país! Bem-vindas aquelas que se identificam com o crescimento deste movimento”, diz a descrição.
Entre as regras, estão a proibição a “discurso de ódio ou bullying” e enquetes sobre intenções de votos. O nome de Bolsonaro só é visto no título do grupo e as participantes também evitar dizer o nome do “inominável”. No grupo, as mulheres ainda se mobilizam parar praticar ações e manifestações contra o candidato do PSL.
Em entrevista ao blog #FocaNoVoto, do site O Globo, uma das responsáveis pelo grupo, a professora baiana Maíra Motta, de 40 anos, conta que o espaço tem muitas pessoas atentas ao processo de “aceite” de novas participantes, para que não sejam incluídas mulheres que declaram voto em Bolsonaro.
“Temos uma equipe de plantão apenas para aprovação dos novos membros e utilizamos filtros para que apenas mulheres, incluindo as trans, tenham acesso ao grupo. Observamos o perfil e recusamos eleitoras que tenham apoio declarado ao candidato que combatemos”, diz Maíra.