Aconselhado a manter discrição durante campanha eleitoral, o general Hamilton Mourão voltou a causar desconforto com as suas falas. Ele cutucou o senador Magno Malta (PR), derrotado após tentativa de reeleição no Espírito Santo e agora cogitado para assumir um eventual “Ministério da Família”. A ideia é integrar as pastas de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social.
Mourão comparou o pastor evangélico a um “camelo” e afirmou que teria que “arrumar um deserto” para ele ficar. Malta rejeitou o convite para ocupar a posição que seria do general, de vice na chapa de Bolsonaro, e agora é um “elefante no meio da sala” que precisa “arrumar”.
“Olha, eu não vi nada para o Magno Malta. Eu acho que ainda estão discutindo. Tem que resolver esse caso. É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, e tem que arrumar um deserto para esse camelo”.
Com uma insatisfação desde o período de campanha, quando Mourão chegou a criticar o 13º salário e exigiu rápida resposta do então candidato à presidência pelo PSL, Bolsonaro disse a interlocutores que “o jeito” é deixar o general “quieto”. “Ele não muda”, teria dito o capitão reformado.
De acordo com a Coluna do Estadão publicaa nesta sexta (2), militares próximos a Bolsonaro minimizaram as alfinetadas no presidente eleito em seu vice. Eles alegam que os dois serviram juntos e tem liberdade para trocarem declarações mais duras. O capitão, no entanto, disse nesta quinta-feira (1º) não ter “proximidade” com Mourão.