O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou, na tarde desta terça-feira (13), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, o ex-ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), como o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o petista, a escolha de Mercadante se deu em função da retomada do processo de industrialização no Brasil: “Precisamos de alguém que reindustrialize esse país, para que voltamos a gerar emprego”. “Quem quiser vir para cá venha, pois terá trabalho. Mas não venham aqui para comprar nossas empresas publicas, porque elas não estão à venda”, acrescentou Lula.
empreendedores, o futuro presidente afirmou ser necessário recuperar o prestígio que o Brasil tinha no mundo, dando oportunidade para todos. “Ao mercado: pergunte se eles já ganharam tanto dinheiro como no meu governo. É possível governar para todos, de verdade. Isso significa o crescimento do PIB, e ele só tem sentido se pudermos dividir com aqueles que trabalham para o país crescer”, finalizou.
A escolha de Mercadante para assumir o BNDES já vinha sendo cogitada há alguns meses. No entanto, segundo especialistas, a decisão estaria vedada pela Lei das Estatais, que não permite a indicação para a presidência de empresas do governo o nome de pessoas que atuaram em estrutura decisória de partidos políticos nos últimos 36 meses.
A saída para o embargo seria uma mudança na legislação, a qual o próprio Mercadante, em entrevista ao Estadão, nesta segunda-feira (12), durante a diplomação da chapa Lula-Alckmin, disse não ter ciência. “No governo de transição, desconheço iniciativa de alterar lei das estatais”, salientou.
Em junho deste ano, entretanto, a deputada federal e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, defendeu a alteração durante um discurso no plenário da Câmara dos Deputados. “Se o deputado Lira quiser trazer a Lei das Estatais, nós concordamos”, afirmou a dirigente na época.