O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deixou parlamentares irritados com sua articulação para acelerar a votação de projeto que permite a compra de vacinas pela iniciativa privada sem que doem doses ao SUS.
Uma das surpresas polêmicas do projeto, apresentado pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA), é a que prevê que as empresas poderão abater o valor gasto do imposto de renda. Ou seja, o recurso que elas vão desembolsar para “furar a fila” será pago por toda a sociedade, incluindo os mais pobres.
E mais: elas poderão comprar imunizantes via importadoras para tentar acelerar a chegada ao Brasil, de acordo com a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. O pagamento feito aos intermediários elevará o preço dos imunizantes — e também poderá ser abatido do IR.
“É o camarote com dedução de imposto de renda”, diz o deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP). Ele diz que “querem perpetuar um fura-fila privado” com recursos públicos. “Nenhum país do mundo permitiu isso. Nem a rainha da Inglaterra se vacinou antes das pessoas que estavam antes dela na fila.”