A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) se reuniu com profissionais de imprensa na manhã desta segunda-feira (13), em Salvador, e apresentou um conjunto de publicações relacionados às ações do seu mandato como o relatório da CPI dos Assassinatos de Jovens, um livro contando, através dos seus discursos, o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e um caderno com uma retrospectiva das suas atividades no Senado em 2016. Além disso, Lídice falou sobre política, Reforma da Previdência, Operação Lava-jato, dentre outros temas.
Sobre os assassinatos de jovens, a parlamentar lembrou que mais de 31 mil pessoas com idade entre 15 e 29 anos morrem violentamente no país todos os anos. “Mais de 77% são jovens negros, que estão nas periferias e sem oportunidades. O racismo está enraizado na sociedade. O perfil traçado e estigmatizado para criminosos é muito mais assemelhado ao jovem negro da periferia do que ao branco da mesma idade que vive no bairro nobre”, avaliou.
Lídice defendeu a aprovação da Lei de Acesso à Informação na Segurança Pública, para que a sociedade e os especialistas, além de órgãos de segurança possam refletir e apresentar propostas para a solução de crimes no Brasil.
Para a parlamentar, o programa Pacto Pela Vida é uma novidade importante na segurança pública, sobretudo no Nordeste do País, com bons resultados obtidos na Bahia e em Pernambuco. “É preciso que Estado, Ministério Público e sociedade estejam engajados nesse processo”.
A CPI presidida pela senadora baiana contabilizou 31 reuniões e 22 audiências públicas, onde dezenas de especialistas foram ouvidos, durante 13 meses de trabalho.
Reforma da Previdência
Na opinião de Lídice da Mata, “o projeto dificilmente passará do jeito que está. É o mínimo que se pode ter de esperança neste Congresso (Nacional) que aí está. É o mesmo Congresso corresponsável pelo golpe ocorrido”.
Para a socialista, a solução (impeachment) que eles apostaram para resolver a crise fracassou e mergulhou o país numa crise econômica muito maior, fazendo com que houvesse um cenário com os piores índices da história.
Segundo a senadora baiana, o Governo Temer não tem capacidade de unir o País e as reformas da Previdência e Trabalhista desagradam a sociedade, pois suprime direitos e é extremamente danosa. “A economia vai se recuperar em algum momento, pois faz parte do ciclo do capitalismo, mas corremos o risco de ter um legado de perdas de direitos, perda de respeito pela Constituição e perda de unidade, o que pode ser prejudicial ao Brasil”.
Lista de Janot e Lava-Jato
Sobre a suposta lista de políticos a serem denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a senadora baiana disse que que tudo pode acontecer nesse país”. “Agora quem não deve não teme. Eu não temo por nada. Eu tenho minha consciência absolutamente limpa da minha prática política ao longo dos meus 33 anos na vida pública. Não tenho nada a ver com essa operação, não passo nem perto dela. No entanto, tudo pode acontecer. São quase uma centena de pessoas que são levantadas, citadas nestes depoimentos, que eventualmente podem ser alvo de ação. E depois dessa ação do Supremo, que é inusitada, é difícil dizer o que vem pela frente. Mas o que vier nós vamos enfrentar com muita tranquilidade”.