Líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), adota postura independente ,e, intervém a favor para que seja mantido o rito de tramitação das MPs (medidas provisórias) estabelecido na pandemia da Covid-19 –ou seja, que as matérias sejam votadas diretamente no plenário, sem passar por análise das comissões mistas, mas não aponta caminhos para a resolução do imbróglio.
O seu posicionamento se dá mesmo com impasse sobre as MPs estar travando por mais de 50 dias no Congresso a agenda do governo Lula, uma vez que o petista utilizou do mecanismo para criação e retomada de programas como o Minha Casa, Minha Vida, além de mudanças estratégicas na estrutura do governo.
“Para quem governa, o melhor rito foi o da pandemia. Eu tenho uma opinião e já disse para o governo, para o [líder do governo no Senado, Jaques] Wagner, para o [ministro das Relações Institucionais, Alexandre] Padilha: o rito atual é o melhor”, disse Guimarães a Folha de Paulo.
Ele afirma que defendeu sua posição ao próprio Lula, mas ressalta que o governo “não pode impor nada” aos presidentes Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado). E completa: “Não vamos fazer enfrentamento nem com o Lira nem vamos fazer enfrentamento com o Pacheco”.
As declarações de Guimarães foram dadas em meio a uma crise entre Lira (PP-AL) e Pacheco (PSD-MG) sobre como as MPs devem ser analisadas.
O líder do governo, frisa ainda que trabalha com a expectativa de que um acordo seja selado para que, após a Páscoa, comecem a ser pautadas as MPs apresentadas por Lula.
No entanto, não responde sobre em que termos essa solução ocorrerá; diz somente que “falta pouco” para um entendimento. “Ao final, há que prevalecer o bom senso. Há de ter um diálogo forte com os dois presidentes na busca de um entendimento que preserve a prerrogativa das duas Casas. Não acho essa crise boa para o país.”
Em sua avaliação Lira e Pacheco ‘são quem tem que resolver a bronca’. “O Lira e o Pacheco são quem têm que resolver a bronca, não somos nós. Nós estamos dialogando, ajudando, mostrando os caminhos. Há de ter um diálogo forte com os dois presidentes na busca de um entendimento que preserve a prerrogativa das duas Casas. Não acho essa crise boa para o país”.