Olha que podridão.
A dobradinha entre MPF e Judiciário é ilegal obviamente, já que deveria existir separação de poderes e interesses.
O MPF deveria buscar a verdade, e não encetar uma “guerra” contra ninguém. Neste caso, de “guerra”, deveria haver um Judiciário para conter o MPF. Mas o Judiciário também entra na “guerra”.
A Lava Jato está prendendo todas as pessoas próximas de Lula, e ameaçando-as com prisão perpétua, caso não delatem o ex-presidente – quer dizer, caso não corroborem as versões da acusação.
O único caso similar, na história do mundo, que eu me lembre, foram os julgamentos nos tribunais de Stálin, na perseguição aos quadros que participaram da revolução de 1917, incluindo Trotsky.
A menção a empresas de comunicação e instituições financeiras mostra o cinismo da Lava Jato, porque Palocci sabe muito bem que isso não interessa aos procuradores, nem a Sergio Moro. Quer dizer, interessa se falar da Carta Capital, naturalmente. Mas não da Globo, etc.
Trata-se de uma delação preparada para produzir mais instabilidade, confusão e ódio político, o que é justamente o que interessa ao consórcio golpista, que precisa de muita confusão para abafar o saque ao patrimônio público em poucos meses de governo usurpador.
É o terrorismo político de sempre, que caracteriza a Lava Jato desde o seu início, e que faz juízes, empresários, parlamentares e jornalistas se curvarem, apavorados, a seus caprichos.
Alguns milhões de postos de trabalho já foram destruídos com essa palhaçada.
É mais uma maneira, além disso, de iludir setores ingênuos do campo progressista.
Enquanto a Lava Jato permanece o foco da mídia nacional, a crise econômica avança. A tática da mídia, naturalmente, é parecida a do nazismo: culpar os “comunistas” e os “judeus”.
Com a esquerda desorganizada e na defensiva, a classe trabalhadora permanece indefesa aos ataques dos vampirismo medieval do congresso, que age sempre com apoio da grande mídia.
O Brasil que vai emergindo dos terremotos da Lava Jato é cada vez mais instável, corrupto, violento e atrasado.
Além disso, me parece óbvio que a Lava Jato, insatisfeita com o impacto relativamente fraco da delação de Leo Pinheiro contra Lula, que foi ridicularizado nas redes sociais (a Lava Jato tem assessoria de marketing que levanta esses dados), quer a delação de Pallocci antes do depoimento do ex-presidente, que por isso mesmo foi adiado para o dia 10 de maio.
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No Jornal GGN
Palocci deve falar de Lula para conseguir delação, diz jornal
Jornal GGN – O ex-ministro Antonio Palocci, em depoimento ao juiz Sergio Moro, na semana passada, deu sinais de que quer colaborar com a Lava Jato, inclusive entregando nomes e esquemas do mercado financeiro e de grandes empresas de comunicação. Porém, para a força-tarefa, o que interessa é que Palocci não poupe Lula em seu depoimento. É o que diz a colunista Monica Bergamo nesta segunda (24).
Segundo Bergamo, Palocci só preservou Lula no depoimento da semana passada, sobre esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht, “a duras penas, segundo uma pessoa de seu círculo próximo”. “(…) ele [Palocci] já estaria convencido de que dificilmente fechará uma delação premiada sem envolver diretamente o ex-presidente.”
Em seu depoimento a Moro, Palocci só envolveu Lula em um momento: quando foi questionado se tinha conhecimento de que a Odebrecht teria feito “provisões” em nome do PT. Segundo Palocci, ele não só ficou sabendo como o assunto também foi levado a Lula, talvez pelo executivo e delator da Lava Jato Alexandrino Alencar.
O ex-ministro, contudo, disse que procurou Marcelo Odebrecht para dizer que o PT não aceitaria “provisões”, apenas doações em período eleitoral. Palocci também indicou que a opção da doação em caixa 2 era determinada pela empresa e que políticos e partidos de todas as vertentes sabiam que era assim que as campanhas eram financiadas.
DELAÇÃO, SÓ COM LULA
Na semana passada, o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro também depôs diante de Moro, mas no processo em que é julgado por ter supostamente direcionado um apartamento triplex para o ex-presidente. Leo Pinheiro vinha negando que Lula era dono do imóvel e, inclusive, teve acordo de delação rejeitado por não implicar o petista. Em junho de 2016, a Folha de S. Paulo chegou a manchetar a recusa da Lava Jato por causa da “proteção” a Lula.
Dessa vez, após mais de um ano preso, já condenado em outra ação e sem perspectivas, Pinheiro disse que o triplex era para a familia de Lula e que isso foi negociado com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. Para dar um aperitivo do que pode entregar a Lava Jato, Pinheiro, numa dobradinha com seu advogado, ainda disse que Lula pediu a ele que destruisse provas de pagamentos de propina ou caixa 2 ao PT.