As Gordinhas de Ondina estão vestidas para protestar a violência contra a mulher
De acordo com a coordenadora de Gênero do CEN, Iraildes Andrade, a campanha é proposta pela ONU e tem como marco o dia 25 de novembro, tido como Dia Internacional do Combate à Violência contra a Mulher. “Aqui no Brasil nós começamos um pouco antes, no dia 21, que é logo após o Dia da Consciência Negra, pois 80% das vítimas de violência são mulheres negras”, disse a coordenadora.
Até agora, a campanha já atingiu cerca de 2 mil pessoas diretamente. A próxima ação ocorrerá na sexta-feira (09), com panfletagem na Estação da Lapa. O encerramento será em Lauro de Freitas, com um bate-papo sobre violência voltado para os jovens. O evento deverá ocorrer ou no dia 12 ou no dia 13 de dezembro – a data ainda não foi confirmada.
Ao longo da campanha, foram feitos debates com órgãos como a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Secretarias de Políticas para as Mulheres – municipal e estadual -, Defensoria e Ministério Público, OAB/BA, Polícia Militar, além de diálogos junto a mulheres em cumprimento de penas alternativas e regime fechado. Os debates também ocorreram nos municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho. Com informações do Correio da Bahia.
Violência contra mulher em Lauro de Freitas
A violência contra a mulher no estado da Bahia vem crescendo constantemente e chega a superar a média nacional. De acordo com os dados do Mapa da Violência 2012, enquanto a média de todo país é de 4,6 assassinatos a cada 100 mil mulheres, na Bahia a taxa é de 6,1, ocupando o sexto lugar entre os estados brasileiros.
Quatro cidades baianas estão na lista das cidades brasileiras com maiores índices de violência contra a mulher: Porto Seguro, Simões Filho, Lauro de Freitas e Teixeira de Freitas. Cenário preocupante também em Salvador. Com uma taxa de 8,3, a capital baiana é a quinta colocada em número de homicídio feminino. A média nacional das capitais é de 5,4.
O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher em Lauro de Freitas, sempre foi tido como um dos mais atuantes entre os conselhos de defesa aos direitos dos cidadãos laurofreitenses, combativo e aguerrido, mas esbarra muitas vezes na falta de políticas públicas municipais e estrutura integrada de rede. Levando em consideração os números da violência em nosso município, que também figura entre as 10 cidades baianas em registro de estupros, tendo como principais vítimas mulheres em todas as faixas etárias, tendo 53 registros no ano de 2013, 55 em 2014, 43 em 2015 e 16 entre janeiro a março de 2016, conforme dados da SSP/BA – Secretaria de Segurança Pública da Bahia; justifica dizer que as ações protetivas e inclusivas às mulheres são fundamentais para mudança de paradigmas em nossa sociedade, entendendo que só as discussões acaloradas ou realização de oficinas, palestras e acompanhamentos psicológicos, jurídicos e afins na sede da Secretaria de Políticas para Mulheres não alcançam o público alvo, pulverizado nos vários bairros da cidade, nas escolas, igrejas e outros ambientes associativos e que os mecanismos legais de proteção não garantem a integridade física ou mesmo a vida das vitimas de violência doméstica e de estupros.
A criação de uma Delegacia de Mulheres é demanda antiga e verdadeiramente as estatísticas não mentem, como também o serviço de proteção à essas vitimas dever ser implementado em nossa cidade, garantindo o direito primordial de pelo menos se registrar nas delegacias territoriais sem o receio do constrangimento e a certeza de impunidade dos agressores e a punição vinda da atitude de denunciar que muitas vezes termina em morte.
Por Ricardo Vieira