*7 de setembro de 1822, o dia da Independência do Brasil, o dia do grito do Ipiranga: “Independência ou Morte”. Salve D. Pedro I e os heróis da independência.*
SÓ QUE NÃO.
Ao invés de assistir à Parada Oficial do 7 de setembro, a parada em que estamos envolvidos até o pescoço e que precisamos despertar a população é O Grito dos Excluídos.
Ao jogo de cena do “independência ou morte “, eu prefiro e vejo muito mais verdades no grito do indígena do Sul do Pará, vitima direta do “dia do fogo”.
Prefiro ficar com o grito da juventude preta da periferia, vítima preferencial da violência que impera desde a chaga do sistema legal escravocrata do Brasil Colônia e do Brasil Império. Hoje os “Capitães do Mato” são outros, né capitão?
Prefiro o grito do trabalhador brasileiro, condenado a trabalhar até morrer com a reforma da previdência que deforma ainda mais a sua já combalida condição de vida mesmo antes da velhice.
Prefiro o grito do professor, que sofre diariamente a desvalorização social do seu ofício em sala de aula, e que agora precisa lutar pelo básico que é o simples direito à liberdade de cátedra, frente ao obscurantismo que hoje campeia.
Acredito muito mais no grito da pessoa sem terra e que luta pela terra, na pessoa sem teto e que luta pelo teto.
Acredito enfim, no grito das pessoas cujas vozes sempre foram silenciadas, mas que agora se cansaram do silêncio, a exemplo das diversas identidades de gênero que precisam ter seus direitos civis respeitados. Respeito e acredito no grito das mulheres e tb, do mesmo jeito, acredito e respeito o grito das pessoas com deficiência, aliás, salve o 4° Fórum Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que finalizou ontem aqui em Lauro de Freitas.
Trocando em miúdos, ao invés da mentira do grito do Ipiranga, prefiro ficar e somar com o grito sincero e justo dos excluídos.
Prof. Jr Gonçalves.