A turma que participou do Projeto Universidade Para Todos, no bairro do Capelão, em Lauro de Freitas, está pronta para enfrentar o vestibular e ingressar na universidade em 2019. O projeto formou 25 pessoas entre jovens e adultos que, motivados, garantem terem tido a oportunidade de mudar, para sempre, suas vidas.
O objetivo do Projeto Universidade Para Todos vai além, de proporcionar condições apropriadas de estudo e preparação para os processos seletivos de acesso ao Ensino Superior. Vai além, ainda, de facilitar a permanência de diversos estudantes monitores na universidade. O UPT UEFS busca a realização de sonhos! Sonhos de milhares de pessoas que desejam, imensamente, uma nova oportunidade social, por meio do ingresso no Ensino Superior. Sonhos de milhares de pessoas que acreditam no processo educacional. O UPT acredita que a universidade está ao alcance de todos.
Em Lauro de Freitas, o curso foi ofertado à Comunidade do Capelão, a partir de uma articulação da Associação Sítio da Paz, que é presidida pelo babalorixá Alcides Carvalho, professor universitário que disse, em entrevista ao Folha, que se sentia incomodado ao ver um monte de gente inteligente, em sua comunidade, mas sem a devida oportunidade que os provocassem a traçar metas e estabelecer objetivos de vida.
“Foi a partir dessa leitura que solicitei a UNEB, a implantação Projeto na minha comunidade”. Afirmou Alcides que destacou, também, a importante parceria com a Secretaria Municipal de Educação que concedeu a sala de aula.
O Folha Popular esteve semana passada na Escola Tenente Gustavo, no Capelão, local de execução do projeto e acompanhou a rotina dos alunos e professores. Foi possível perceber que a disposição dos alunos, em aprender, assemelhava-se à disposição dos jovens professores que vinham de lugares distantes de Salvador, como Pernambués e Valéria pra fazer o que eles mais acretitam em suas vidas, educar.
Raiane Santiago e Ícaro Santos, alunos do projeto, entendem o UPT como uma continuação reforçada da escola. Segundo eles, assuntos abordadosa na escola, ganham uma conotação especial no curso. Os professores do UPT, segundo eles, trazem uma particularidade em suas metodologias: “Eles têm prazer em ensinar”, finalizou Ícaro.
Vanessa Andrade revelou que está, há 20 anos, fora da sala de aula e que a proposta do Universidade para Todos, fez com que ela renovasse a esperança e acreditasse, novamente, que é possível ingressar na faculdade. Ela vai fazer Psicologia e Administração.
Os professores do projeto, por sua vez, também compreendem o curso como uma grande oportunidade de troca de saberes. Assuero Valiñas, professor de Matemática, disse que educar é uma tarefe honrosa e que sua missão é, além do conhecimento pedagógico, transmitir auto-estima. “Essas pessoas precisam saber que são capazes, que conhecimento é sinônimo de poder, liberdade e crescimento social”. Ressaltou.
Paulo Sérgio, professor de História, é adepto da teoria que afirma que, a transformação se dá com o processo educacional. Ele defende as ações afirmativas de inclusão e afirma que o curso é um mecanismo de inclusão. “O Projeto Universidade para Todos, minimiza os problemas e tapa os buracos deixados pela educação regular. É um projeto revolucionário”. Concluiu.
O coordenador do pólo em Lauro de Freitas, José Ronaldo Souza, revelou que o Capelão apresenta um dos maiores índices de presença e permanência no curso. “Estamos muito satisfeitos com o resultado do curso nessa comunidade. O interesse dos alunos é contagiante, nos anima também. Isso prova o quanto a comunidade tem anseio de ações como essa”. Finalizou.
Os 35 alunos que concluíram o curso iniciam, agora, uma nova fase em suas vidas. Em 2019, uma nova turma será montada, e, dessa vez, com mais estrutura, principalmente no que tange ao transporte, pois segundo o presidente da Associação Sítio da Paz, Alcides, o número de beneficiados pode ser maior, se for disponibilizado transporte para as comunidades mais distantes como, Areia Branca, Jambeiro e Parque São Paulo.
Por: Ricardo Andrade
