Lucas Morais de Trindade, de 28 anos, morreu vítima da Covid-19 no presídio de Manhumirim, em Minas Gerais. Ele estava preso desde 2018 pelo porte de 10 gramas de maconha e, embora a defesa tenha tentado dois habeas corpus, ambos foram negados. A informação, divulgada pelo UOL nesta sexta-feira (10/7), foi repercutida após o STF conceder habeas corpus a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e sua esposa, mesmo que ela ainda esteja foragida.
Apesar de o atestado de óbito de Lucas constar o coronavírus como causa da morte, com confirmação via teste rápido, a direção da penitenciária afirmou que o caso ainda está sob investigação. A própria Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), também afirma que ele foi diagnosticado com o vírus no mês passado. “Até a última sexta-feira (3/7), [Lucas] não apresentava qualquer sintoma da doença. Também não tinha histórico de outras doenças, nem fazia uso contínuo de medicamentos. Na manhã do último sábado (4/7), Lucas desmaiou na cela e foi imediatamente encaminhado, desacordado, para atendimento médico no hospital Padre Júlio Maria, em Manhumirim, onde veio a óbito”, diz a nota.
Segundo a reportagem, ele estava preso de forma preventiva (quando não há prazo para o fim da prisão), e foi condenado em primeira instância. O juiz, no entanto, decidiu manter a prisão preventiva. O jovem permaneceu detido por quase um ano sem julgamento. Os familiares de Lucas não foram avisados pela direção do presídio sobre a Covid-19. No último dia 2 de julho, uma lista com o nome dos internos que estariam com a doença foi divulgada, e constava o nome de Lucas. Dois dias depois, ele passou mal e morreu.
“Eu não recebi, até agora, uma semana após a morte do Lucas, nenhum contato das autoridades competentes. Nem mesmo do presídio, da secretaria de segurança, nada”, disse o advogado dele, Felipe Peixoto. Ainda de acordo com o UOL, 159 dos cerca de 200 detentos no presídio de Manhumirim foram diagnosticados com Covid-19, ou seja, 80% do total.