Em liberdade, o ex-ministro José Dirceu voltou a falar sobre o Mensalão e delação premiada. Segundo o petista, a sigla não o defendeu no escândalo do Mensalão. O político disse ainda que nunca cogitou fazer uma colaboração premiada e criticou a postura de Antonio Palocci.
“Acho que eles nunca me procuraram porque me conhecem. Conhecem a minha história e sabem que eu jamais faria isso. Palocci tomou decisão de fazer, decisão dele, que ele vai responder sempre. Prefiro ficar na prisão, morrer na prisão, do que fazer isso. Até porque não tenho o que delatar”, ressaltou em entrevista à rádio Metrópole, nesta sexta-feira (31).
Na oportunidade, Dirceu negou que o Mensalão tenha aconteceido no governo do ex-presidnete Lula.
O petista afirmou que os ataques que sofreu já eram uma tentativa de derrubar o governo do PT. “Não era um ataque a mim e, sim, ao Lula e ao governo. E a história provou que eu estava certo. Ela provou que o objetivo sempre foi derrubar o governo que acabou acontecendo com o impeachment da Dilma, perseguição a Lula, condenação e prisão. Eu era só um dos caminhos”, ressaltou.
“Houve empréstimos repassados pelo PT. Eu nunca tive participação, tanto que nunca conseguiram provar nada. Os próprios ministros do Supremo reconhecem que me condenaram sem provas e vamos fazer uma revisão criminal disso. Me apresentei, cumpri a pena, fui indultado, paguei a minha conta, apesar de não dever essa conta. Mas também não baixei a cabeça e continuei lutando”, destacou.
Ele ainda criticou a delação premiada feita pelo ex-ministro Antonio Palocci.
“É uma tragédia isso, fico muito triste. Amigo nosso, companheiro nosso, tomar uma decisão na vida que eu considero muito duro, muito triste, porque o Palocci era um dos nossos. Mas cada um sabe o que faz na vida. Sempre respeitei muito o Palocci apesar de divergir muito. Eu lamento, mas também não desejo mal a ele não”, finalizou.