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Dois jornalistas, seis radialistas e pelo menos 70 professores são citados em dossiê contra antifascistas, que a Justiça diz ter sido elaborado pelo deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP).
O documento, segundo Garcia afirmou à Justiça, foi entregue à Embaixada dos Estados Unidos pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
A coluna de Rogério Gentile, do portal UOL, teve acesso à listagem, anexada a um dos processos movidos contra o deputado Garcia. O texto, com cerca de mil nomes, cita um repórter de uma rádio de Araraquara (SP), e um jornalista que trabalha no sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP).
A relação traz ainda nomes de seis radialistas, um dos quais da rádio Eldorado FM, empresa do Grupo Estado, que edita o jornal “O Estado de S. Paulo”. O documento é diferente do relatório do Ministério da Justiça, revelado pelo UOL, que listou 579 servidores e professores a favor do antifascismo.
De acordo com a coluna, o dossiê traz ainda informações pessoais de pelo menos 70 professores, identificando, inclusive, o endereço das escolas em que eles podem ser encontrados e os seus telefones.
Garcia foi condenado a indenizar uma mulher que teve seu nome e dados particulares inseridos neste dossiê, entre pessoas às quais o deputado chama de “terroristas”.
Indenização de R$ 20 mil
Na sua decisão, o juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível Central da Capital, disse que Garcia não apresentou prova alguma de que as pessoas relacionadas na lista são violentas, criminosas ou terroristas. “A elaboração de dossiês não se relaciona com o exercício normal e regular do mandato legislativo, cujo titular deve se mostrar à sociedade prudente e equilibrado”, afirmou o juiz, que o condenou a pagar uma indenização de R$ 20 mil.
As informações são do portal UOL