Dados os recentes acenos da cúpula do MDB e do deputado federal Sargento Isidório (Avante) em torno da indicação do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) para concorrer às eleições municipais de Salvador em 2024, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) minimizou as disputas internas em sua base ao afirmar que todos os partidos “têm direito a lançar nomes”, voltou a defender a “unidade” e prometeu não impor suas preferências.
“Olha, os partidos todos têm direito a lançar nomes. É bom pra gente, não há problema disso, mas o que também é mais importante pra nós é termos o espírito da unidade. Isso eu estou pregando, na reunião do conselho a palavra maior foi essa”, disse o chefe do Executivo baiano, nesta quarta-feira (13), em conversa com jornalistas durante entrega de veículos para vacinação, no pátio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), em Salvador.
Ao defender uma alternativa negociada, não só na capital, mas em todo estado, Jerônimo garantiu que não vai ficar no “puxa-estica” para que seja sacramentada uma indicação de sua preferência. “Eu não estou trabalhando na expectativa de que a candidatura seja aquela que eu deseje. Eu vou trabalhar pra que a unidade proporcione uma vitória política”, garantiu o governador, segundo o qual, os partidos da base também têm trabalhado na direção de “querer construir a unidade”.
Apesar disso, o petista não descartou a possibilidade de não haver consenso em algumas cidades. “Vai ter município, repito, que a gente não vai conseguir unidade, então, nós temos que ter a maturidade suficiente pra dizer: oh, não teve unidade, a gente vai caminhar como?”, ponderou o chefe do Executivo, que nestes casos promete assumir as rédeas.
“O conselho político me deu um apoio muito forte no sábado retrasado, dizendo que quer construir assim. Qualquer passo fora da linha eu trarei pro meu colo, a minha responsabilidade, pra poder conduzir de uma forma uníssona o que nós teremos que construir no estado da Bahia”, disse Jerônimo Rodrigues, que por ora defende as várias indicações de pré-candidaturas, mas rechaça eventual cisão após sacramentada a decisão coletiva.
“É isso que eu digo, tanto os partidos quanto os deputados têm livre arbítrio. O que eu preguei é que na hora que nós decidirmos, aí não vai ficar legal um ou outro falar fora do tom. Porque da mesma forma que a gente escuta, dialoga, sobre quais são os nomes, nós vamos ter diversas possibilidades da definição”, pontuou, apontando como critérios para definir o candidato ideal fatores como pesquisas, potencial do partido de agregar grupos e surpresas promissoras.
“Aqui em Salvador, por conta da visibilidade, acaba aparecendo muitos nomes, 4, 5 nomes. A gente vai ter que sentar e eu espero e vou trabalhar pra que até final de outubro a gente tenha o nome definido pra gente ter tempo de ter um ano pela frente pra trabalhar e demarcar espaço político de vitória no estado da Bahia”, concluiu o governador, que apesar de seu partido ter indicado o nome de Robinson Almeida (PT) para a disputa, evita transparecer preferência por este ou aquele candidato, ainda que seja um correligionário ou seu vice, Geraldo Júnior.
Além dos dois, estão cotados para a disputa na capital baiana, os deputados estaduais Olívia Santana (PCdoB) e Robinson Almeida (PT); a deputada federal Lídice da Mata (PSB) e o vereador Sílvio Humberto (PSB).