Nos últimos dias, hospitais privados de Natal e até Unidades de Pronto Atendimento (UPA) têm registrado queda nos atendimentos de pacientes com Covid-19. Para o médico infectologista Fernando Suassuna, membro do comitê científico da Prefeitura de Natal, a baixa na procura por atendimento têm relação, entre outros aspectos, com os efeitos da ivermectina na população.
No começo do mês de junho a ivermectina provocou uma verdadeira corrida da população natalense às drogarias e farmácias de manipulação. Era comum se ver em todas as regiões da cidade filas com centenas de metros formadas por clientes em frente a esses estabelecimentos em busca do medicamento.
Para o infectologista Fernando Suassuna, a queda nos atendimentos tem relação com dois fatores. “Primeiro com o uso da ivermectina há mais ou menos duas ou três semanas, mas também ao tratamento precoce e à profilaxia feita a nível dos planos de saúde, que fizeram seus protocolos, saíram na frente e começaram a fazer os antivirais precocemente com a cloroquina, azitrominica e ivermectina. Então, com isso, essa tendência é de queda. E também da ivermectina sim, porque durante esse período, de duas ou quatro semanas, começa o efeito da ivermectina modulando a imunidade das pessoas”, explica o infectologista.
Fernando Suassuna ressalva, no entanto, que sua conclusão sobre a relação da ivermectina com a redução nos atendimentos em Natal não é um dado científico, mas uma análise sua como médico. “A gente não tem como provar nada, mas acha que são esses dois fatores”.
No final de junho o presidente licenciado do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Dr. Geraldo Ferreira, visitou o Hospital São Lucas, um dos mais tradicionais de Natal, e informou que o atendimento a pacientes com covid-19 caiu em torno de 51% em uma semana na unidade.
No dia 1º de julho, Dr. Geraldo Ferreira visitou o hospital privado Rio Grande e recebeu a informação que a unidade retomará as cirurgias eletivas nos próximos dias. A decisão foi tomada diante da redução de atendimentos a pacientes com Covid-19, que ocuparam praticamente toda a unidade nos últimos meses.
No final do mês passado pesquisadores da UFRN divulgaram uma pesquisa que aponta para uma redução nas demandas por solicitações de regulação que partem das UPAs no RN. De acordo com a avaliação, essa queda na pressão das UPAs deve refletir na diminuição nos internamentos e demandas por leitos de UTI e UCI nos próximos dias.
Fonte: Portal Grande Ponto