Os dados do índice que avalia a qualidade da educação praticada no país foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As informações coletadas através do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em 2017 apontam que a Bahia agregou pontos de proficiência acima da média nacional no 5º ano do ensino fundamental. O Saeb indicou ainda que no 9º o estado não teve destaque positivo e nem negativo.
Os alunos do ensino municipal de Itatim, na região central do estado, alcançaram o maior índice de proficiência no 5º ano do ensino fundamental nas disciplinas de Português e Matemática, obtendo notas 240,03 e 263,74 respectivamente. A cidade superou a média nacional nesta modalidade, que é de 215.
A secretária de Educação da cidade Jumara Bonfim, no cargo há oito meses, afirma que a pasta tem se esforçado e adotado procedimentos para que a qualidade do ensino municipal seja melhorada. Entre as estratégias, ela cita o incentivo na formação continuada dos professores, a quem atribui grande parte do mérito. “Se os professores não se empenhassem, se a nossa diretora de ensino não tivesse constantemente cobrando deles e tivesse lado a lado com os professores na sala de aula reforçando o conteúdo a gente não teria conseguido essa meta”, afirmou.
Licínio de Almeida ocupa o segundo lugar no ranking do estado nas duas disciplinas, consideradas básicas. Com nota 232,65 em Português e 243,03 em Matemática. A cidade do sudoeste baiano também foi a melhor colocada no índice do 9º ano, em escala de educação municipal em proficiência em Matemática. A secretária de Educação da cidade, Michele Teles, à frente da pasta há seis anos, afirma que o sentimento frente ao resultado é de dever cumprido e o coloca como produto do trabalho e esforço feito pelos agentes da educação. “A gente trabalha com matrizes de competência e habilidade, temos um trabalho muito focado nos escritores da prova Brasil e as escolas são muito organizadas”, avaliou.
As cidades Jacaraci (229,5), Piripá (225,45) e Novo Horizonte (220,79) seguem Licínio Almeida e são os cinco municípios com os melhores índices de proficiência na disciplina de Língua Portuguesa no 5º ano do ensino fundamental, todos acima da média nacional. Conforme o Inep, os alunos devem identificar o efeito de humor em piadas, assuntos comuns a duas reportagens, informações explícitas em sinopses e receitas culinárias, assuntos principais e personagens em contos e letras de música e além de formas de representação de medida de tempo em reportagens.
Na contramão e encabeçando o grupo das cinco cidades que apresentaram o pior desempenho no levantamento do Inep está Caldeirão Grande, no Norte do estado, que ocupou esta posição no índice do 5º ano tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática, com nota 151,44 e 159,87 respectivamente. O secretário de Educação da cidade, João Matos, no cargo desde 2017, atribui a performance negativa do município à deficiência da leitura, que ele avalia ainda como um problema nacional. “Toda a problemática da educação vem da deficiência de leitura e escrita. Esse é um problema cultural no município, as pessoas não tem o hábito da leitura e escrita, mas esse é um problema nacional e não só local. É nacional e reflete no município”, declarou.
A Secretaria de Educação de Caldeirão Grande informou ainda que está se mobilizando no sentido de melhorar os índices educacionais da cidade. “O município tem buscado políticas para combater isso. Criamos uma lei que incentiva a leitura e a escrita nas escolas, adquirimos 32 bibliotecas móveis”, afirmou o secretário.
O segundo pior desempenho em Língua Portuguesa no 5º ano na Bahia é da cidade de Cansanção com nota 160,74, seguida por Santanópolis (161,28), Cachoeira (162,72) e Arataca (162,8). Todas fazem parte do grupo de 403 municípios baianos que não atingiram a média nacional.
No ranking da disciplina de Matemática, ainda nesta série, a média nacional é de 224, superada pelas cinco cidades baianas melhor colocadas no ranking. Seguem Itatim e Licínio de Almeida, Caculé com índice 238,53, Feira da Mata com 236,5 e Jacaraci que obteve 233,68. No final do ranking nesta modalidade, com os piores índices do 5º ano em Matemática estão além de Caldeirão Grande, Almadina (171,94), Cansanção (172,45), Santanópolis (172,48) e Cachoeira (174,25). Na Bahia, 396 cidades ficaram abaixo da média.
Nesta modalidade o Inep espera que os alunos determinem o total de uma quantia a partir da quantidade de moedas de 25 e 50 centavos; a duração de um evento cujos horários inicial e final acontecem em minutos diferentes de uma mesma hora dada; resultado da multiplicação de números naturais por valores do sistema monetário nacional expressos em números de até duas ordens e posterior adição; os termos desconhecidos em uma sequência numérica de múltiplos de cinco; a adição, com reserva, de até três números naturais com até quatro ordens; a subtração de números naturais usando a noção de completar; a multiplicação de um número natural de até três ordens por cinco, com reserva; e a divisão exata por números de um algarismo.
No 9º ano, o último do ensino fundamental, na disciplina de Língua Portuguesa, as melhores colocadas foram Luís Eduardo Magalhães com nota 272,36; Piripá com 270,66; Jacaraci que obteve 270,29; Amargosa com 268,7; e Guajeru com 268,28 no total. Todas superaram a média nacional de 258.
No grupo das 387 cidades baianas que não atingiram a média nacional estão os municípios baianos de Ipecaetá (198,95), Pilão Arcado (199,42), Santa Bárbara (203,53), Boninal (204,3) e Cachoeira (204,6).
As cidades da Bahia com o melhor desempenho na disciplina de Matemática no 9º ano foram Piripá, em segundo lugar com índice 278,88, seguida por Jacaraci que obteve 275,88, Elísio Medrado 273,83 e fechando o grupo das cinco melhores colocadas Guajeru com 272,87. Os municípios que se saíram pior neste quesito foram Sítio do Mato (196,95), Caldeirão Grande (199,59), Ipecaetá (200,09), Almadina (202,18) e Boninal (202,62). Estas cidades compõem o grupo das 381 que não atingiram a nota média nacional de 258.
Nesta modalidade o Inep exige que os estudantes determinem uma fração irredutível equivalente a uma fração dada a partir da simplificação por sete além da soma, da diferença, do produto ou o quociente de números inteiros em situações-problema. E resolvam problemas envolvendo grandezas diretamente proporcionais, representadas por números inteiros.
De acordo com o Inep, o Saeb reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelo conjunto de estudantes avaliados e os índices são indicados através de testes e questionários.
A reportagem tentou entrar em contato com as prefeituras e secretarias de Educação das cidades de Luís Eduardo Magalhães, Ipecaetá e Sítio do Mato e não obteve êxito até o fechamento desta matéria.