O projeto de missão Oblata em Juazeiro atua na defesa dos direitos humanos das mulheres em contexto de prostituição e vulnerabilidade social
A Pastoral da Mulher recebeu a visita do Governo Geral das Irmãs Oblatas, que tem a Irmã Lourdes Perramon como Superiora Geral, e as Irmãs: Zenda Pepito e Maria Luisa Arreba, como conselheiras. As religiosas vieram a Juazeiro para conhecer o trabalho realizado pela Pastoral e vivenciar um momento de aproximação e escuta com a equipe e mulheres.
Durante o encontro, a equipe se reuniu com o Governo Geral para uma apresentação das ações desenvolvidas pela Unidade Oblata, onde foi apresentado dados da realidade das mulheres inseridas no contexto da prostituição, principalmente aquelas que são atendidas pela instituição e as principais ações desenvolvidas. Também foi vivenciado um momento de espiritualidade alusivo ao aniversário de Madre Antonia, fundadora do Instituto das Irmãs Oblatas, que ocorreu no dia 16 de fevereiro.
Na oportunidade, as Irmãs puderam participar do plantão de Saúde, que acontece mensalmente na instituição e que nesse mês contou com o atendimento de Drº Calisio Neto, clínico geral, Lane Medrado, Advogada, Tainara Melo, Naturopata, Equipe do CAD único e Técnica de Enfermagem, que realizou exames de glicemia. Além desse, puderam contatar in loco com algumas mulheres e dialogar sobre diversos temas do universo feminino, bem como, suas queixas, expectativas, exercício da prostituição, entre outros temas.
Também como parte da visita, as Irmãs Oblatas e Fernanda Lins, Coordenadora da Pastoral, tiveram uma reunião com Dom Carlos Alberto Breis, Bispo Diocesano. Na ocasião a Congregação agradeceu o apoio da Diocese ao trabalho realizado pela Pastoral, dialogaram sobre temas relacionados a espiritualidade dos fundadores; o cenário de incertezas vivenciados pelo Brasil diante da crise política, entre outros temas.
Desde que foram convidadas por Dom José Rodrigues, ex-bispo de Juazeiro, para realizarem um trabalho local com as mulheres e coordenar a Pastoral da Mulher, as Irmãs Oblatas passaram a manter uma relação estreita com o município, contribuindo para a promoção humana das mulheres em contexto de prostituição, através de ações que visam o protagonismo, o empoderamento e a melhoria da qualidade de vida das mulheres.
Animada pela mística evangélica assumida por toda a Diocese, que é o compromisso com os mais pobres, a Pastoral da Mulher segue com o seu trabalho há 43 anos, buscando promover inclusão e justiça social; além de acolher e fortalecer as assistidas para a defesa de direitos individuais e coletivos.
De Juazeiro, a Irmãs que compõem o Governo Geral seguiram para São Paulo, onde participam do Capítulo Geral da Província Santíssimo Redentor, evento do Instituto das Irmãs Oblatas que escolherá uma nova equipe de coordenação.
Conheça um pouco mais da nossa história…
Em 1978 nasce na Diocese de Juazeiro – BA um trabalho pastoral voltado para o atendimento às mulheres marginalizadas. Este trabalho surgiu com Dom Tomas Guilherme Murphy – o primeiro bispo da Diocese – e um grupo de voluntárias, que se sensibilizaram à realidade de exclusão a qual viviam as mulheres.
A priori o trabalho foi desenvolvido em um pequeno espaço, que recebeu o nome de Escola Profissional São José. Um ano depois as atividades foram se expandindo e foi a partir daí que surgiu a necessidade da criação de um novo espaço para acolher a entidade. Com isso, foi inaugurado em 1979 a Escola Senhor do Bonfim – em homenagem ao Santo de devoção típica do povo baiano – onde hoje é a Sede da Pastoral da Mulher.
Com a chegada do segundo bispo na Diocese, Dom José Rodrigues, em pleno contexto da construção da Barragem de Sobradinho, época denominada pelo povo e movimentos sociais como um período de grande injustiça social, onde inúmeras famílias foram desalojadas de suas terras de uma forma dramática, chegaram (em 1981) as Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor para assumir juntamente com as equipes de agentes de pastoral, a coordenação do trabalho com as mulheres.