O governo do Paraná deve assinar nesta quarta-feira (12/8) um acordo com a Rússia para a produção de uma vacina contra o novo coronavírus, afirmou Jorge Callado, presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Segundo ele, a previsão inicial é que a imunização esteja disponível no segundo semestre de 2021.
“É importante não queimar etapas, e a investigação [científica] é fundamental agora. Como o termo prevê estudos e validações, não vejo a possibilidade de atrasos”, disse Callado ao canal de notícias GloboNews. A parceria foi discutida em reunião no dia 24 de julho, em Brasília, entre o secretário da Casa Civil, Guto Silva, e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.
Na ocasião, o governo paranaense colocou à disposição a estrutura e técnicos da Tecpar. “Tivemos a aprovação do embaixador e agora os protocolos do acordo serão preparados pelas equipes do Paraná e da Rússia”, disse o chefe da Casa Civil na ocasião.
A imunização em questão foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. Nesta terça (11/8) o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que a vacina havia recebido aprovação regulatória do Ministério da Saúde do país. Esse é o primeiro registro de uma vacina contra o novo coronavírus feito no mundo.
O anúncio do governo russo gerou desconfiança na comunidade científica. Nenhum resultado dos estudos que levaram ao desenvolvimento da imunização foi publicado em periódicos especializados até o momento, prática comum no meio científico. Vacinas podem levar anos até serem disponibilizadas à população e precisam passar por uma série de análises em animais e em humanos para comprovar segurança e eficácia. Os testes clínicos, feitos em humanos, são divididos em três diferentes fases.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) que acompanha as mais de 160 vacinas em desenvolvimento contra a Covid-19 no mundo todo, a substância criada pelo Gamaleya ainda está na primeira fase dos testes clínicos.
O governo do Paraná possui uma reserva orçamentária de R$ 200 milhões para a compra de vacinas contra a Covid-19. Metade do valor sairá do caixa da secretaria estadual da Saúde e a outra parte é resultado de um repasse da Assembleia Legislativa do Paraná.