Por Altamiro Borges
O covil golpista do Judas Michel Temer está definhando rapidamente. Na semana passada, mais dois ministros foram defecados: o franco-atirador Marcelo Calero e o mafioso Geddel Vieira. Em menos de sete meses, seis “sinistros” já caíram. Um recorde histórico! Outros estão no alvo, entre eles mais dois chefões da gangue do usurpador: Eliseu Padilha e Moreira Franco. Para piorar o calvário, setores da mídia, que deram total apoio ao “golpe dos corruptos”, já dão sinais de impaciência com os “erros e desvios” do governo ilegítimo – como choramingou a jornalista Míriam Leitão, do Grupo Globo.
A capa da Veja desta semana é emblemática. Ela expõe Michel Temer e sua turma na linha do tiro. Já o programa Fantástico deste domingo (27), que deu espaço para o esperneio do defenestrado Marcelo Calero, também reforça a sensação de que os barões da mídia estão rifando – ou será chantageando? – o frágil assaltante do Palácio do Planalto. Vários colunistas que deram munição aos golpistas – como o veterano Clóvis Rossi – até já clamam pelo fim do governo ilegítimo: “O presidente Michel Temer deveria seguir os passos de Geddel Vieira Lima e se demitir. Afinal, bem feitas as contas, praticou a mesma irregularidade de seu então auxiliar (advocacia administrativa). Trata-se de uma expressão técnica que, desbastada do juridiquês, significa uma violação da República, da coisa pública”.
Em parte, a mudança de humor da mídia venal reflete as incertezas no próprio meio empresarial, que orquestrou e financiou o “golpe dos corruptos”. O clima de instabilidade na política agrava a crise na economia. Até entre os banqueiros, maiores entusiastas da ruptura democrática, já surgem sinais de preocupação. Uma notinha minúscula publicada na Folha neste domingo é sintomática: “Os barões do sistema financeiro estão cabreiros com a formação de uma ‘tempestade perfeita’: caso Geddel, crescente clima anticorrupção, anistia ao caixa dois, Estados quebrando, repatriação de parentes de políticos e delação da Odebrecht. ‘Periga o leite derramar’, diz um emissário de um banco privado”.
Diante do risco de “tempestade perfeita” aumentam as especulações sobre quais seriam os planos das elites burguesas para superar o impasse. Muita gente já fala em um Plano-B. A ideia seria aguardar até o início de 2017 para se livrar de Michel Temer. Seja através do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre suas contas de campanha ou mesmo via um novo pedido de impeachment, ele seria enxotado de Brasília – nem Marcela Temer, a primeira-dama “recatada e de lar”, acompanharia o enterro do Judas. Pela Constituição, este cronograma permitiria eleger um novo presidente pela via indireta, no Congresso Nacional. Ou seja: seria um golpe no golpe. Algo ainda mais canhestro!
A lista de apostas dos golpistas
Já existem até listas de apostas de quem seria o “sucessor” do golpista. Henrique Meirelles, o czar da economia responsável pela aplicação do pacote de maldades neoliberais, ainda está com a cotação em alta. Neste sábado, o jornalista Hélio Schwartsman, com trânsito familiar no antro financeiro, voltou a citá-lo. “O escândalo, que agora envolve o presidente em pessoa, é potencialmente explosivo. Há motivos para acreditar que Temer agiu bem perto do limite de pressionar um agente público para satisfazer interesses pessoais de Geddel Vieira Lima. O fato de o braço-direito do presidente ter deixado o governo tira a água da fervura, mas não basta para afastar a crise. A oposição já fala até em impeachment… Tirar Temer mantendo Meirelles já não me parece o pior dos mundos”.
Outro que frequenta a lista de apostas é o ex-presidente FHC. Após ser escorraçado pela sociedade, com quatro derrotas seguidas do PSDB nas urnas, o grão-tucano volta a ganhar os holofotes da mídia. O vaidoso inclusive já afirmou que o Judas Michel Temer é apenas uma “pinguela”, que a sua missão é unicamente a de impor as “medidas amargas” para pavimentar o retorno do seu partido ao poder. Na sexta-feira passada (25), ele voltou a fustigar o covil golpista. Disse que “o governo Temer é frágil”. Ela até tentou disfarçar seu apetite. “Mas é o que tem”. Alguém ainda acredita nas bravatas de FHC?
O grande problema para os que especulam com a possibilidade do golpe no golpe é que esta manobra pode acirrar ainda mais os ânimos na sociedade. A história já demonstrou que a luta de classes não terminou e que costuma causar surpresas. Ninguém sabe o que pode ocorrer no Brasil com mais uma vácuo político. O Judas Michel Temer já parece carta fora do baralho, mas a burguesia golpista ainda não definiu qual a melhor alternativo. O país promete muita adrenalina nos próximos meses!