Por Altamiro Borges
O ministro Gilmar Mendes, líder da bancada tucana no Supremo Tribunal Federal (STF), foi tratado durante muitos anos como um ícone pela mídia falsamente moralista. Mesmo nos seus arroubos autoritários e nos seus sinistros negócios, ele era uma figura intocável, quase um Deus. Hoje, porém, ele já não é mais uma unanimidade. Ao defender os preceitos constitucionais, numa evidente tentativa de salvar os seus amigos, ele passou a ser alvo da imprensa que adora criminalizar a política e que é inimiga da democracia. Um atrito com a Folha golpista nesta quinta-feira (29) mostra como esta relação amigável se deteriorou:
“O ministro Gilmar Mendes chamou de molecagem pergunta da Folha sobre os custos com passagem aérea de viagem sua a Lisboa. O jornal questionou o ministro se voltaria para o julgamento do habeas corpus de Lula e se o voo para Portugal tinha sido pago pelo STF. A presença dele tornou-se incerta em razão de um seminário que será organizado em Lisboa pelo instituto do qual ele é sócio, o IDP (Instituto de Direito Público). ‘Devolva essa pergunta a seu editor, manda ele enfiar isso na bunda. Isso é molecagem, esse tipo de pergunta é desrespeito, é desrespeito’, disse o ministro por telefone, de Lisboa, ao repórter”.
“O ministro negou que o STF tenha pago pelos bilhetes e não informou quem os custeou. ‘Vocês vivem de patrocínio, se vocês quiserem, montem a Folha, façam um dia a Folha rodar sem patrocínio, patrocínio Souza Cruz escondido. Quem pagou meu hotel, quem pagou minha passagem foi a Souza Cruz’, disse. Ele se referiu ao 2º Encontro Folha de Jornalismo realizado em fevereiro, em São Paulo, em que foi um dos convidados. O evento teve patrocínio da Souza Cruz, como constava do material de divulgação e de amplo painel atrás dos convidados”.
Nesta briga no interior da Casa Grande, no poleiro das oligarquias golpistas, aos poucos a sujeira vem à tona. Chega a ser divertido!