Salvador, 23 de Fevereiro 2121
Do GGB
O Grupo Gay da Bahia (GGB) lançou nota de apoio e louvor à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic),” Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. Congratulações expansivas à pastora Romi Becker, autora intelectual do documento final da Campanha que será aplicado em todas dioceses. O Grupo Gay da Bahia sente-se honrado ao ser citado no documento base, denunciando a homofobia no Brasil, ainda pelas citações diversas da palavra “LGBTQI+”.
No ponto 31 denúncia a cultura da violência instaurada do Brasil contra minorias sociais, os Bispos denunciam o feminicídio, racismo e LGBTfobia. Ainda faz referência ao assassinato bárbaro da vereadora Marielle Franco do Rio de Janeiro.
O GGB enfatiza a preocupação expressa em combater a violência que se caracteriza pela exaltação da cultura do ódio e se materializa nas intolerâncias e ameaças a soberania nacional.
O mundo atualmente muda em uma velocidade ” toque screen” que a Igreja, sobretudo a ala conservadora, ignora e não quer acompanhar as mudanças, sobretudo, por que durante séculos foi a Igreja quem comandava as mudanças morais do mundo.
O documento base da Campanha é fidelíssimo ao Evangelho pois aborda realidades escondidas e a necessidade de tratar ecumenicamente e com amor todos os segmentos populacionais do Brasil, inclusive os LGBT.
Pela primeira vez a CNBB fala diretamente os gays, travestis, lésbicas e bissexuais como filhos de Deus, dando alento ao todos batizados pela igreja católica. “Não somente fala de nós, na desumanidade da homofobia, mas também faz um chamado ao povo LGBT” disse Marcelo Cerqueira, Presidente do GGB.
Em mensagem do papa Francisco à Campanha da Fraternidade da Igreja no Brasil ele definiu a iniciativa como “um auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa”, exaltando a importância do tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, convidando aos fiéis “sentar-se a escutar o outro” e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes “um mundo surdo”.
O GGB considera que o documento aos católicos e demais cristãos se coaduna, em relação aos LGBT, com tudo que o Papa Francisco tem ousado dizer nos últimos tempos, como sua incisiva declaração em favor da união entre pessoas do mesmo sexo, disse que casais gays têm direito a união civil ‘Homossexuais são filhos de Deus’.
Durante todas edições anteriores da CNBB, nunca houve uma Campanha tão real e fraterna na abordagem concreta e acolhimento dos segmentos mais discriminados da atualidade, representando um passo corajoso contra a preconceito e apartação, daí ter provocado reações de intolerância por parte dos setores mais conservadores.
“ Eu acho que que não vai ser nada fácil os cristãos conservadores deixarem de jogar pedra nas Madalenas da vida, mas o grito do Papa deve continuar reverberando no horizonte e nos nossos corações, é verdade” “ conclui Cerqueira.