O preço do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) de 13 quilos, conhecido como o gás de cozinha, está sendo vendido a um preço médio de R$ 113,48, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis), neste mês de abril.
O valor do gás de cozinha atingiu a maior média mensal real, descontada a inflação, desde o início da série histórica do levantamento de preços do órgão, iniciada em 2001, representando 9,4% do salário mínimo, o patamar mais elevado desde março de 2007 — quando o botijão custava R$ 33,06 e o salário mínimo era de R$ 350.
O levantamento é do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), com base no preço médio mensal do GLP e na média de valores semanais de revenda no mês de abril, divulgados pela ANP.
Março já havia registrado recorde
As altas vêm sendo constantes no preço médio do GLP. Em março, o gás de cozinha já tinha alcançado o maior preço médio real da série histórica, sendo vendido a R$ 109,31.
Antes disso, o recorde tinha sido registrado em novembro de 2021, com o preço médio de R$ 106,50.
Com aumento do gás de cozinha, uso de lenha cresce
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o aumento do preço médio do gás de cozinha fez com que muitos brasileiros passassem a utilizar lenha.
Entre os anos de 2013 e 2016, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a população consumia mais GLP do que lenha. Mas a partir de 2017, a lenha voltou a ser mais utilizada do que o gás de cozinha nas residências do país. E, em 2020, esse consumo já era 7% maior do que o de GLP”, afirmou Dantas ao InfoMoney.
Para o economista, a utilização de lenha foi o primeiro grande impacto no aumento do gás de cozinha, já que voltou a comprometer o salário mínimo na mesma proporção que em 2007.
“Nesses 15 anos, com a manutenção do preço do gás de cozinha e a valorização do salário mínimo, essa proporção foi caindo, mas houve uma inversão em 2017 com a alta dos valores do GLP e o aumento real do salário mínimo”, explicou.