Música, fantasia, alegria e humanização foram os ingredientes desta semana junina no Hospital Espanhol para levar animação aos pacientes internados, ainda em tratamento da Covid.
A musicoterapia e as ações humanizadas tornaram-se marcas registradas do Hospital Espanhol (HE), em funcionamento como um Centro de Tratamento para Covid, desde 2020. O isolamento necessário dos pacientes internados faz com que a Comissão de Humanização use, sem moderação, a criatividade para as ações.
É São-João no Nordeste, época de festa e muita animação, principalmente nas cidades interioranas. Atualmente, o HE é a única unidade de saúde da Bahia com atendimento exclusivo para a Covid. O volume de pacientes regulados do interior para o Hospital é grande. E eles têm a tradição dos festejos juninos, no seu calendário anual. Estar longe de casa e das festas, só aumenta as saudades. Mais um motivo, então, para o São-João chegar à beira leito. Ele chegou e ficou, durante a tarde do dia 20 de junho.
Numa homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que em agosto próximo completa 34 anos que nos deixou, foram escolhidos o repertório das músicas tocadas ao vivo e os adereços para caracterização do grupo com cerca de 20 colaboradores que percorreu as UTIs e Enfermaria do Hospital Espanhol. Por cada setor que passava, mais colaboradores aderiam à participação. Ao fim do percurso, já eram quase 50 pessoas celebrando o São-João. E juntos, com a banda tocando, seguiram para o Refeitório para um lanche preparado pela Equipe de Nutrição com as iguarias tão adoradas por muitos.
“A escolha por um pequeno, mas muito merecido, tributo ao Mestre Gonzagão se deu, em função das músicas que os pacientes me pedem para tocar para eles. Temos muitos idosos e pessoas do interior como perfil de paciente. E nas minhas visitas aos leitos, para as sessões de musicoterapia, nesta época do ano, as canções juninas de Luiz Gonzaga são as preferidas e mais pedidas” – explicou o musicoterapeuta Marcos Barbosa, sobre o tema do “Forró ItinerantHE” 2023, no terceiro ano consecutivo.
O paciente Romário de Jesus Queiróz, 56 anos, internado no HE há quase dois meses, disse sentir-se privilegiado por poder ter música junina ao vivo no seu leito, o 308 da Enfermaria 3C. “Que alegria! Isto é terapia! É muito bom poder receber vocês aqui e ter Marcão (sic) no comando…” – disse Seu Romário, referindo-se ao musicoterapeuta. Afinal, já são quase dois meses de convívio, nas sessões que ocorrem três vezes por semana.
Junho festivo, para alegrar a rotina hospitalar
No “Forró ItinerantHE”, também teve Casamento na Roça; buquê da noiva voando pelos ares e chegando às mãos de quem está de namoro novo; Barraca do Beijinho com plástico protetor, como manda o figurino das medidas de controle de infecção e teve a distribuição de plaquinhas com trechos de músicas de Gonzagão, seguradas pelos participantes do cortejo junino e balançadas ao ritmo da dança. Os padrinhos do Casamento foram o Rei & a Rainha do Milho, eleitos em votação democrática pelos próprios colaboradores.
Várias ações, dentro do tema de São-João, foram realizadas durante este mês para os colaboradores do HE. Bem no estilo INTS (Instituto Nacional de Tecnologia e Sáude) de gerir, também “cuidando de quem cuida”. O INTS é a OS (Organização Social) responsável pela gestão do Hospital Espanhol. Uma dessas ações foi a prova dos “Grãos de Milho no Pote”! Ganhava quem acertasse o número mais próximo da quantidade de grãos no pote. E o vencedor foi o Auxiliar de Transporte de Paciente, George Bulhões, que ganhou uma Cesta Junina de Milhões, entregue pela Diretora-Geral do HE, a enfermeira Priscila Souza.
Ao fazer a entrega, a Diretora questionou a George, como ele conseguiu vencer a prova. “Eu venci com paciência e boa vontade! A informação é que no pote tinha o equivalente a um pacote de milho industrializado. Eu comprei as marcas que encontrei no supermercado. Contei cada pacote e fiz uma média. Ganhei! Com o total de 2.742 grãos.” – explicou o vencedor em dobro. Em dobro, porque ele também foi o vencedor do “Mural do Beijo”, fixado em uma parede da recepção do HE, onde os colaboradores deixavam recadinhos e beijinhos anônimos, escritos em _post-its_, para colegas. Mais dois outros colaboradores chegaram perto de George, no volume de mensagens recebidas.
É… neste São-João só deu Bulhões! Querido por muitos! Ele já perdeu as contas de quantos pacientes transportou de maca ou cadeira de rodas, ao longo dos últimos três anos, no HE. Mas, com certeza, foram mais de 2.742. E a sua maior alegria é a do transporte, no momento da alta, levando o paciente ao encontro dos familiares.
Que venham muito mais altas e muitos São-Joões para o Hospital Espanhol!… Viva São-João!